"Não faremos chantagem, como fez o governo anterior, condicionando a proteção ambiental a recursos internacionais", diz Marina

"Queremos cooperação e abertura para nossos produtos. Não operamos no campo da chantagem", disse a deputada federal eleita Marina Silva na COP27

(Foto: Reuters)


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247 - A deputada federal eleita Marina Silva (Rede), cotada para assumir o Ministério do Meio Ambiente no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao jornal O Estado de São Paulo que “o Brasil não está condicionando a proteção à Amazônia a recursos internacionais, como fez o governo anterior, que fez chantagem, disse que só protegeria a Amazônia se pagassem. Queremos cooperação e abertura para nossos produtos. Não operamos no campo da chantagem”. 

Marina, que está no Egito participando da COP27 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2022), disse que existe uma expectativa “muito grande” sobre o Brasil retomar o protagonismo ambiental em nível mundial, perdido em decorrência do desmonte das políticas do setor pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

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“A expectativa é muito grande, de o Brasil assumir o protagonismo ambiental global. Não por acaso, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a assumir metas de redução de CO2 em 2009. Foi responsável, de 2003 a 2008, por 80% das áreas protegidas criadas no mundo. É esse protagonismo que o mundo quer ver o Brasil exercer, liderando pelo exemplo. Lula, no discurso de vitória, disse que a questão climática, o desmatamento zero e demarcar terras dos povos indígenas são prioridades. Atingir um ciclo de prosperidade social conectado com os compromissos do Acordo de Paris é a orientação do seu governo”, disse Marina.

Questionada se irá ocupar algum cargo no novo governo,a deputada eleita ressaltou que “a decisão de quem será da equipe do governo é do presidente”. “Fico feliz de ter apresentado a ele talvez uma das plataformas mais robustas para o enfrentamento da destruição ambiental, reconhecida no mundo todo. Um grande fundo de investimentos já se dispôs a colocar dinheiro no Brasil. Estive ontem com John Kerry e com três diretores do Banco Mundial e há toda uma disposição de voltar a investir no Brasil, retomar o Fundo Amazônia, retomar as negociações do acordo do Mercosul com a União Europeia. As pessoas não querem apenas o discurso, elas querem a prática”, completou. 

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