Lula vai colocar o Brasil na vanguarda das negociações climáticas

Presidente eleito faz sua primeira viagem à cúpula da COP27 no Egito

COP27 e Luiz Inácio Lula da Silva
COP27 e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert)


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247 - O Brasil está buscando retornar à vanguarda das negociações climáticas globais no que provavelmente será a mudança de política externa mais visível sob o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, escreve a Bloomberg.

O líder de 77 anos deixou a mudança clara ao escolher a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no Egito como sua primeira viagem internacional depois de derrotar Jair Bolsonaro no mês passado. A posse de Lula será apenas em 1º de janeiro, mas ele já apresentará na manhã de quarta-feira na COP27 sua visão para a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo e foco da indignação internacional com Bolsonaro. 

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“Uma das principais coisas que vou fazer é colocar o Brasil de volta no centro da geopolítica internacional”, disse Lula na semana passada em Brasília. “Terei mais conversas com líderes mundiais no Egito em um único dia do que Bolsonaro teve em quatro anos.”

Durante a campanha, Lula prometeu reduzir o desmatamento da floresta tropical a zero e proteger os povos indígenas que vivem lá, em nítido contraste com Bolsonaro, que tem sido alvo de reprovação internacional por afrouxar a legislação e as agências de vigilância destinadas a proteger a Amazônia.

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O líder de esquerda também disse que fará compromissos voluntários para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Em troca, ele pedirá às nações ricas que doem mais fundos para a proteção não apenas da Amazônia, mas de todas as florestas tropicais remanescentes, a maioria delas no Brasil, Indonésia e Congo. Um passo fundamental será o renascimento do Fundo Amazônia mantido por nações ricas como Noruega e Alemanha e que foi congelado em 2019 quando Bolsonaro mudou a governança do país.

Lula também está criando novos cargos para lidar com questões ambientais. Além de um ministro do Meio Ambiente, ele nomeará um ministro para os povos indígenas e um enviado especial para o clima, cargo semelhante ao de John Kerry nos EUA. Alguns deles podem ser anunciados durante sua visita ao Egito.

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O Brasil precisa deixar para trás a desconfiança global dos últimos quatro anos, segundo Helder Barbalho, governador do Estado do Pará, que também está presente na COP27.

“Temos que reconquistar a credibilidade, mesmo que seja para exigir com mais veemência indenizações dos países industrializados e de seus atores”, disse.

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O retorno de Lula ao poder abre caminho para um novo e construtivo começo nas discussões climáticas entre o Brasil e o mundo, e especialmente a Europa, disse uma autoridade de um país da Europa Ocidental. Outra autoridade europeia disse que a reeleição de Bolsonaro teria sido uma catástrofe para a agenda ambiental global.

No entanto, apesar da mudança de tom, impedir o desmatamento da Amazônia não será fácil para Lula, devido aos desafios geográficos de uma terra enorme e isolada - cerca da metade do tamanho dos EUA - difícil de policiar e cheia de gangues violentas com um governo enfrentando restrições fiscais.

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