Lula diz que buscará pacto com países vizinhos para defender a Amazônia

“Temos de estabelecer uma política comum entre nós para cuidarmos da questão do narcotráfico, do tráfico de armas, da preservação e do desenvolvimento”, afirmou Lula

(Foto: REUTERS)


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247 com Rede Brasil Atual - O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta quinta-feira (23) um pacto com os países amazônicos para enfrentar o narcotráfico e o tráfico de armas que estão por trás de crimes ambientais que ameaçam a floresta e os povos indígenas. Em entrevista à Rádio Difusora do Amazonas, Lula disse que, se ganhar a eleição, vai convocar uma reunião com os presidentes da Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela para debater o tema.

“Temos de estabelecer a pactuação de uma política comum entre nós para cuidarmos da questão do narcotráfico, do tráfico de armas e da preservação e do desenvolvimento de toda a região”, afirmou Lula. "É uma coisa muito séria nesse século 21, em que a questão climática aparece em primeiro lugar em qualquer discussão no mundo. Seja sobre desenvolvimento ou modelo de produção. Precisamos ter consciência de que precisamos cuidar do planeta, porque senão vamos destruí-lo, o que já estamos fazendo. E precisamos ter a noção de que as coisas precisam mudar”, acrescentou.

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Ao enfatizar a fragilidade das fronteiras brasileiras e o fato de o país ter se transformado em rota internacional do narcotráfico e do comércio ilegal de armas, o ex-presidente disse também que vai ouvir governadores. Ele espera que, a partir da experiência desses governadores, possa agregar pontos para sua política para as fronteiras.

Pesca ilegal e assassinato de Bruno e Dom

Lula também disse que pretende rediscutir a fiscalização de fronteiras. "Embora não tenha papel de polícia, precisamos discutir qual o papel na defesa das fronteiras. E também o da Polícia Federal. É preciso fazer concurso. Precisamos de mais gente vigiando nossas fronteiras. Nossa soberania está ligada à nossa capacidade de controlar nossas fronteiras, inclusive o espaço aéreo. O mundo está mudando rapidamente, o narcotráfico está crescendo. Vamos ter de fazer discussão séria, envolver as Forças Armadas”, disse Lula. 

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O pré-candidato reafirmou que é preciso um grande esforço para conter a ação de criminosos envolvendo também a pesca ilegal, o garimpo e o desmatamento em territórios indígenas. Crimes esses que levaram ao assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, que ele lamentou.

Lula citou que, desde o início de seu primeiro governo, conduziu um processo ascendente de fortalecimento da Funai e da fiscalização do tráfico de armas e drogas na Amazônia. E que, a partir do golpe contra o governo de Dilma Rousseff, em 2016, tudo passou a ser desmontado. Até que, junto às ações de desmonte, vieram os discursos de incentivo “pelo governo fascista, que acha importante abrir a porteira para passar o gado e entrar o garimpo em reservas indígenas”.

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Descaso e motociata em Manaus

“É uma pena que o governo inexista nesse momento, nessa região. Que seja um descaso com a preservação e com a causa indígena na Amazônia”, disse o ex-presidente. “Infelizmente, temos um presidente que vai a Manaus e, em vez de ir dar uma palavra de conforto à família da Bruno, vai fazer motociata. Um presidente que não derrubou uma lágrima por mais de 670 mil brasileiros mortos pela covid. Temos de cuidar da Amazônia, do povo da Amazônia, dos indígenas que já estavam aqui antes dos portugueses.”

Questionado sobre a ausência da demarcação de terras indígenas em seu plano de governo, Lula afirmou que “vai demarcar o que tiver de demarcar” e “preservar o que precisar”. “Não se trata mais de política de governo. Se trata de uma necessidade da humanidade, para que a gente possa preservar tudo o que os humanos ainda não destruíram, porque se o mundo está ‘pelado’ é porque alguém destruiu. Até pensando economicamente, nós temos de preservar.”

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“Preservar as terras indígenas é ser ética e moralmente correto com aqueles que são os verdadeiros donos do Brasil. Eles não precisaram descobrir o Brasil, porque já estavam aqui. Temos de garantir o espaço para eles viverem do jeito que eles sabem viver, conforme a sua cultura. E a gente tem de respeitar. É isso que vou fazer.”

Lula voltou a afirmar que “não haverá garimpo em terra indígena”. E que os povos isolados têm de ser respeitados, bem como os seus territórios serem garantidos. "Temos de aprender com eles o que eles têm a ensinar. A humanidade tem de aprender, porque muitos nesse momento estão deixando de ser humanos”, finalizou.

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