Inquérito sobre genocídio contra os yanomami precisa chegar a cadeias de comando, afirma subprocurador-geral da República
"É factível essa hipótese investigativa [sobre genocídio]. Ela não está vindo do nada", afirmou Luciano Mariz Maia, 63 anos
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - Subprocurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, 63 anos, disse que a Polícia Federal (PF) acertou na decisão de abrir inquérito para investigar o possível cometimento do crime de genocídio contra o povo yanomami. "Quando se começa a investigar, necessariamente se começa a escalar na cadeia de comando. Quais são os atores no campo da decisão política? De quem é a decisão de não enviar recursos? De quem é a decisão de deixar acontecer?", questionou Maia em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o subprocurador, "é factível essa hipótese investigativa [sobre genocídio]". "Ela não está vindo do nada", afirmou. "O delito de genocídio pode ser cometido sob várias condutas distintas: a) matar membros de grupo; b) causar danos graves à integridade física desses membros; c) submetê-los à condição de existência que resulte em dificuldade de subsistência; d) remoção forçada; e) esterilização forçada do grupo", continuou.
>>> Diretores da Americanas são alvo de busca e apreensão depois de fraude bilionária
"Estamos, em tese, diante da hipótese 'c'. A dificuldade será fazer a relação dos fatos e identificar os fatores causais disso e, ao mesmo tempo, vincular a uma deliberada ação ou deliberada omissão. Porque o delito de genocídio exige o dolo, isto é, a vontade de cometer ou a vontade de se omitir. E veja que há a chamada omissão dolosa, quando existe um dever de agir e eu decido não agir, por exemplo. Na Constituição está muito claro que cabe à União proteger os índios. Ou seja, é factível essa hipótese investigativa [sobre genocídio]. Ela não está vindo do nada".
Desde o dia 16 de janeiro, equipes do governo federal estão em Roraima para ajudar os índios, encontrados com problemas como desnutrição grave e malária.
>>> Ex-ministra de Dilma, Marta nega golpe de estado de 2016 e declara apoio a Ricardo Nunes
Cansadas e sem força para respirar, crianças indígenas yanomamis com desnutrição grave chegaram ao Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista (RR), e precisaram de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em 2022, houve 703 internações de crianças yanomamis. Um total de 29 crianças yanomamis morreu no Hospital da Criança no ano passado. Só este mês, em janeiro, 96 crianças yanomamis foram internadas na unidade.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247