Garimpeiros atacam indígenas e agentes da PF no Pará após operação; há ao menos dez feridos

Operação em Jacareacanga (PA) para combater o garimpo ilegal em terras indígenas foi surpreendida por protesto; aldeias foram incendiadas por manifestantes; dez garimpeiros e alguns indígenas ficaram feridos

Garimpeiros atacam aldeias em Jacarepagua (PA)
Garimpeiros atacam aldeias em Jacarepagua (PA) (Foto: Apib)


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247 - Dez garimpeiros e alguns indígenas ficaram feridos após agentes da Polícia Federal chegarem a Jacareacanga, sudoeste do Pará, em uma operação para combater garimpo ilegal em terras indígenas. Os feridos foram levados para o Hospital Municipal, segundo reportagem do G1.

A PF foi surpreendida por um protesto dos garimpeiros contra a operação. Uma estrada foi interditada, impedindo o andamento da ação. Aldeias foram incendiadas por manifestantes. Leia mais na reportagem do site Brasil de Fato:

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PF intervém em garimpo ilegal e garimpeiros fecham município no Pará em protesto
No dia 13 de maio, Gilson Spier, que garantia a segurança nos garimpos, foi preso pela Polícia Civil dentro da cidade

Por Igor Carvalho - Após ação da Polícia Federal contra garimpos ilegais nas Terras Indígenas Munduruku e Sai Cinza, no sudoeste do Pará, na manhã desta quarta-feira (26), garimpeiros foram às ruas protestar e fecharam o município de Jacareacanga. Nos últimos dias, a corporação intensificou o cerco contra a mineração na região. 

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Em motos, os garimpeiros seguiram até o território Munduruku e incendiaram a casa de Maria Leusa Munduruku, além de cortarem a energia e a internet do local. De acordo com o relato de moradores da região, os homens ameaçam subir o rio Kururu até a Aldeia Santa Cruz, para atacar Ademir Kaba, liderança local que luta contra a presença dos garimpos na região.

Outra manifestação foi marcada para a tarde desta quarta-feira. Dessa vez, no município de Itaituba, também no Pará. Na imagem usada para divulgar o ato, entre as informações aparece a sentença: “Garimpeiro não é bandido”. Em áudios que circulam nos celulares dos moradores da região, os garimpeiros explicam o protesto.

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“Só hoje, eles já destruíram várias máquinas na região de mineração. Jacareacanga depende do garimpo para sobreviver, se deixarmos mais um dia, amanhã são mais 15 máquinas que eles vão queimar. Quero ver se sai umas dez mil, trinta mil pessoas. Índio ou não-índio, hoje nós somos um povo só, todo mundo é igual. Vamos todos para o aeroporto. Já temos o apoio do vice-prefeito, o Valmar”, explica o garimpeiro, fazendo referência a Valmar Kaba (Republicanos).

“Temos que ir nos comércios amanhã e fechar a porta, todo mundo depende do garimpo. Fecha a porta e coloca todo mundo, todos os funcionários lá na praça. Está tendo operação hoje, ninguém está comprando”, explica outro garimpeiro.

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No último dia 13 de maio, a Polícia Federal prendeu Gilson Spier, conhecido como Polaquinho, acusado de manter um esquema para extração ilegal de ouro na Terra Indígena Munduruku. Ele é filiado ao DEM de Jacareacanga desde 5 de outubro de 2011.

A Operação Mundurukânia da Polícia Federal conta com o apoio do Ibama, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil. A operação é consequência da decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que os organismo de segurança garantam o isolamento dos povos indígenas durante a pandemia.

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Em Jacareacanga e Itaituba, os agentes da Polícia Federal investigam os crimes de exploração ilegal de matéria-prima pertencente à União, delito contra o meio ambiente e associação criminosa.

Edição: Vivian Virissimo

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