Futura presidente da Funai diz que a crise dos Yanomamis 'era tragédia anunciada' e critica o governo Bolsonaro
"A irresponsabilidade do governo anterior foi bastante clara", afirmou a deputada Joenia Wapichana
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247 - Primeira mulher indígena a assumir a presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) afirmou que o governo Jair Bolsonaro (PL) não deu retorno sobre pedidos feitos por índios com problemas de saúde ou ameaçados de morte. A entrevista foi concedida ao jornal O Globo e publicada nesta quarta-feira (25).
"Com certeza era uma tragédia anunciada. A irresponsabilidade do governo anterior foi bastante clara. Eu tive uma reunião com o vice-presidente (Hamilton) Mourão, se não me engano ainda em 2019. Nós colocamos toda a vulnerabilidade da terra indígena. Como ele era o representante do conselho da Amazônia, e sendo uma terra indígena parte da Amazônia, ele deveria ter dado uma atenção. Ele teve a atenção de receber a gente, mas não deu resposta depois", disse Joenia.
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"Toda prioridade tem que ser dada para tentar levar não somente a saúde urgente, mas também para evitar mais mortes. Isso é uma ação que tem que ser pensada nessa primeira fase: evitar mais mortes de crianças, de adultos, porque estão morrendo de fome. A fase é de agir rápido. Segundo, é preciso apurar os motivos para que esse quadro se apresente. É preciso pensar rapidamente em ações para conter o garimpo ilegal, que está causando uma série de danos, tanto ambientais como sociais", acrescenta.
Os indígenas Yanomamis estão sofrendo atualmente com problemas como desnutrição grave e malária. Eles formam um grupo com cerca de 30,4 mil índios, a maior reserva indígena do Brasil. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, comandado por Sônia Guajajara, 99 crianças do povo Yanomami morreram em 2022 por conta do garimpo ilegal na região. A pasta estima que ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome nos últimos anos.
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