É preciso focar no corte do metano para salvar o planeta, diz relatório da ONU

Os países precisam fazer "reduções fortes, rápidas e contínuas" das emissões de metano, além de reduzir as emissões de CO2, alertaram cientistas em um relatório histórico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC)

(Foto: Reuters/Mike Blake)


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Por Valerie Volcovici (Reuters) - Durante quatro décadas de negociações sobre o clima, o mundo se concentrou intensa e exclusivamente no gás causador de aquecimento global mais abundante: o dióxido de carbono.

Neste ano, cientistas estão pedindo um foco em outro gás causador do aquecimento global potente, o metano, como a maior esperança do planeta para impedir um aquecimento global catastrófico.

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Os países precisam fazer "reduções fortes, rápidas e contínuas" das emissões de metano, além de reduzir as emissões de CO2, alertaram cientistas em um relatório histórico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) divulgado nesta segunda-feira.

O apelo pode causar consternação em países que optam pelo gás natural como alternativa mais limpa ao carvão, que emite muito CO2, e também pode criar desafios para países onde a agricultura e a pecuária, especialmente o gado, são setores importantes.

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Embora tanto o metano quanto o CO2 aqueçam a atmosfera, os dois gases causadores do efeito estufa não são iguais. Uma única molécula de CO2 causa menos aquecimento do que uma molécula de metano, mas permanece na atmosfera durante centenas de anos, enquanto o metano desaparece dentro de duas décadas.

O relatório coloca "muita pressão para o mundo melhorar sua postura sobre o metano", disse Durwood Zaelke, revisor do documento e presidente do Instituto de Governança e Desenvolvimento Sustentável de Washington.

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"Cortar o metano é a maior e mais rápida das estratégias para desacelerar o aquecimento", disse Zaelke.

A temperatura global média atual já está 1,1 grau Celsius acima da média pré-industrial, graças às emissões lançadas na atmosfera desde meados dos anos 1800. Mas o mundo teria visto um aquecimento adicional de 0,5ºC caso os céus não tivessem ficado repletos de poluição, que reflete parte da radiação solar de volta para o espaço, diz o relatório.

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À medida que o mundo descartar os combustíveis fósseis e combater a poluição atmosférica, estes aerossóis desaparecerão, e as temperaturas podem disparar.

Reduzir rapidamente o metano pode "se contrapor" a este efeito e ao mesmo tempo melhorar a qualidade do ar, disse Maisa Rojas Corradi, autora do sumário do relatório do IPCC e cientista atmosférica da Universidade do Chile.

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Em escala global, as emissões de metano são responsáveis por cerca de 30% do aquecimento desde a era pré-industrial, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas o papel do metano, dos aerossóis e de outros poluentes climáticos de vida curta não havia sido debatido pelo IPCC até agora.

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