Desmatamento na Amazônia bate recorde no primeiro trimestre

De janeiro a março, o desmatamento na Amazônia brasileira cresceu 64% em relação ao ano passado, revelaram dados do dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

(Foto: Reuters)


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Por Jake Spring

BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na floresta amazônica brasileira caiu 15% em março em relação ao ano anterior, mostram dados preliminares do governo divulgados nesta sexta-feira, mas mesmo essa queda não foi suficiente para frear a maior alta no primeiro trimestre do ano em pelo menos seis anos.

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De janeiro a março, o desmatamento na Amazônia brasileira cresceu 64% em relação ao ano passado, para 941 quilômetros quadrados, como mostram os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área, maior que a cidade de Nova York, representa a maior perda de cobertura florestal no período desde o início da série de dados em 2015/16.

A destruição da maior floresta tropical do planeta disparou desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro em 2019, que enfraqueceu as proteções ambientais, argumentando que elas atrapalham o desenvolvimento econômico que poderia reduzir a pobreza na região amazônica.

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O Palácio do Planalto e o Ministério do Meio Ambiente não responderam imediatamente a pedidos por comentários.

Um relatório do painel climático da ONU alertou na segunda-feira que os governos não estão fazendo o suficiente para conter emissões de gases geradores do efeito estufa para evitar os piores efeitos do aquecimento global.

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Embora os principais responsáveis sejam os combustíveis fósseis, o desmatamento representa cerca de 10% das emissões globais, de acordo com o documento.

“O Brasil, ele vem como um exemplo do que o relatório climático da ONU diz quando se referem aos governos que não estão tomando as ações necessárias", diz Cristiane Mazzetti, do Greenpeace Brasil.

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“Tem um governo que caminha deliberadamente na direção oposta das ações necessárias para mitigar a crise climática.”

Alguns pesquisadores prevêem que o desmatamento irá continuar crescendo antes das eleições presidenciais de outubro, assim como aconteceu nos períodos que antecederam as três últimas eleições.

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A fiscalização ambiental normalmente se enfraquece em anos eleitorais, e desmatadores podem se apressar antes de um novo governo assumir, afirma Carlos Souza Jr., pesquisador do instituto Imazon.

Uma pesquisa publicada na quinta-feira mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo reduziu drasticamente o desmatamento nos anos 2000, com 45% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro no primeiro turno da eleição.

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