Desastre ambiental em Mariana: seis anos e pouco progresso

Seis anos depois, além das irrecuperáveis vidas perdidas, acumula-se prejuízo e esquecimento entre os sobreviventes, danos ambientais talvez irreversíveis e denúncias de falta de atenção pela empresa responsável

Desastre em Mariana
Desastre em Mariana (Foto: Reuters)


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Por Hélio Rocha, para a Plurale - Quando se aproxima o mês de novembro, a população do município de Mariana, assim como como pessoas de diversas outras localidades no curso do Rio Doce, contam mais um ano de dificuldades vividas desde o crime social e ambiental da mineradora Samarco, que, em 2015, permitiu, por omissão e negligência, que uma de suas estruturas de contenção de rejeitos de minério se rompesse. Dezenove pessoas morreram e outras dezenas ficaram desabrigadas, quando a barragem de Fundão cedeu ao tempo, ao descaso e às consequentes erosões internas, em 5 de novembro daquele ano.

Seis anos depois, além das irrecuperáveis vidas perdidas, acumula-se prejuízo e esquecimento entre os sobreviventes, danos ambientais talvez irreversíveis e denúncias de falta de atenção pela empresa responsável e pela fundação criada por ela para tratar da reparação aos atingidos e ao meio ambiente, a Renova. Paralelamente, a mineradora retomou suas atividades em 11 de dezembro de 2020. Esta, por meio da fundação, afirma cumprir com um cronograma minucioso de reparações, deflagrando um evidente descompasso entre a palavra das vítimas e os argumentos da empresa, que, política e economicamente, afigura-se como o lado mais forte neste impasse.

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Tal situação é detalhada pelo atingido Marino D’Angelo, produtor rural, 52, que perdeu sua propriedade e meio de sustento ao ter seu sítio atingido pela lama de Fundão. D’Angelo era pecuarista e criava gado para produção de leite na região do distrito de Paracatu, um dos mais atingidos pela tragédia. A cooperativa a que pertencia chegou a ser a maior da região.

“Hoje, vivo em local alugado e minha atividade sofre com muitas limitações, inclusive não poder reproduzir os animais”, conta o produtor. Ele relata que muitos de seus animais estão morrendo (foto acima), devido à carência financeira que impõe cuidados precários com a alimentação e a saúde dos animais. “Qualquer mudança no nosso orçamento, reforma, aumento na despesa de alimentação, devem passar pela Renova e sofrem diversas barreiras para serem aceitas e implementadas. Tiraram meu subsídio alimentação e meus animais estão morrendo.” Cansado, D’Angelo sintetiza: “a gente faz parte de um grande negócio. A Samarco fala que gastou milhões, bilhões, mas a gente não vê a efetividade deste caso.”

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Leia a íntegra na Plurale

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