‘Decisão sobre licenças ambientais compete exclusivamente ao Ibama’, diz Ministério do Meio Ambiente

Pasta comandada por Marina Silva respalda oficialmente a decisão do Ibama de indeferir licença para exploração petrolífera na Foz do Amazonas

Blocos de exploração pretendidos pela Petrobras localizados na bacia sedimentar da foz do Amazonas
Blocos de exploração pretendidos pela Petrobras localizados na bacia sedimentar da foz do Amazonas (Foto: Reprodução/Ibama)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Eduardo Maretti, RBA - O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) se pronunciou oficialmente sobre a polêmica em torno da decisão do Ibama de negar licença à Petrobras para exploração na bacia da Foz do Amazonas. Em nota divulgada na noite de ontem (18), a pasta comandada pela ministra Marina Silva foi enfática.

 “A decisão sobre licenças ambientais que cabem ao governo federal compete exclusivamente ao Ibama, a partir de análise e fundamentação técnicas”, diz o comunicado. “No processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, a equipe da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama concluiu, após análise aprofundada e baseada em evidências técnicas e científicas, que não há elementos que subsidiem uma manifestação favorável à licença.”

continua após o anúncio

 De acordo com o ministério, a decisão  do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, se deu “em consonância” com a conclusão da área técnica. Ainda segundo a nota, o parecer considerou, entre outros aspectos, os seguintes fatores para indeferir o pleito da petroleira:

  •  Inconsistências identificadas sucessivamente no projeto analisado
  •  Notória sensibilidade socioambiental da área de influência e da área sujeita ao risco e
  •  Latente necessidade de se elaborarem avaliações mais amplas e aprofundadas para atestar a adequabilidade da cadeia produtiva da indústria de petróleo e gás na região.

 Decisão do Ibama levou à saída de Randolfe da Rede

 A negativa técnica do Ibama teve repercussões políticas. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), protestou contra a decisão do órgão do MMA. E anunciou que estava deixando a Rede Sustentabilidade, partido da ministra Marina. Ele alegou que a instituição “não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado”. O parlamentar é do Amapá.

continua após o anúncio

 Acrescentou que “o povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”.

 O indeferimento do Ibama, porém, foi elogiado por entidades ambientalistas e lideranças que privilegiam a agenda do setor. A ONG Observadório do Clima, por exemplo, afirmou que, com a rejeição técnica da perfuração na Foz do Amazonas, o Ibama “protege um ecossistema virtualmente desconhecido e mantém a coerência do governo Lula, que tem prometido no discurso se pautar pelo combate à crise climática”.

continua após o anúncio

 O Ibama determinou que a margem equatorial (a nova fronteira de exploração que a Petrobras quer abrir na região) seja objeto de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar, para avaliar os riscos da atividade petroleira e se a exploração tem viabilidade ambiental no local.

 Erika Hilton: “decisão acertada”

continua após o anúncio

 A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) se pronunciou em sua conta no Twitter. Ela classificou como “acertada” a decisão do Ibama. “Não podemos compactuar com mais uma possível degradação ambiental justificada pela busca de combustíveis fósseis”, disse.

 A parlamentar destacou que “evitar (…) um desastre na área, como um vazamento de petróleo, está acima de qualquer interesse econômico”. O Brasil “tem riqueza em recursos naturais que podem concretizar formas de energia limpa, como o hidrogênio sustentável provindo de biomassa, fontes eólicas e solares”, escreveu.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247