De 2016 a 2020, garimpo em terras ianomâmi cresceu 3.350%

O garimpo contamina os rios com mercúrio, metal que avança pela cadeia alimentar até chegar aos indígenas, que uma vez contaminados sofrem com danos neurológicos

Ação coordenada do governo federal no território Yanomami encontra comunidade de povo indígena isolado (Moxihatëtë), sem nenhum contato com a sociedade. Eles vivem há apenas 15 km de um ponto de garimpo. Surucucu (RR), 11/02/2023
Ação coordenada do governo federal no território Yanomami encontra comunidade de povo indígena isolado (Moxihatëtë), sem nenhum contato com a sociedade. Eles vivem há apenas 15 km de um ponto de garimpo. Surucucu (RR), 11/02/2023 (Foto: Leo Otero/MPI)


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247 - Desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, quando o usurpador Michel Temer (MDB) assumiu a Presidência da República, até o segundo ano do mandato de Jair Bolsonaro (PL), em 2020, o garimpo em terras ianomâmi cresceu 3.350%.

"Laudo da Polícia Federal de 2022 constatou que quatro rios da região tinham contaminação por mercúrio 8.600% superior à concentração máxima para consumo", detalha texto do pediatra Walter Taam Filho no jornal O Globo

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O mercúrio é utilizado pelos garimpeiros para facilitar a separação do ouro dos cascalhos dos rios. Para cada quilo de ouro extraído, são usados oito quilos de mercúrio. O mercúrio contamina os plânctons, que serão ingeridos posteriormente por peixes, que por sua vez serão alimento de um predador maior, como os humanos. Assim, o mercúrio avança pela cadeia alimentar e adoece os indígenas que se alimentam com recursos retirados diretamente da natureza.

Ingerido por seres humanos, o "metilmercúrio" pode alcançar o sistema nervoso central e periférico, causando tremores, insônia, perda de memória, efeitos neuromusculares, dores de cabeça e disfunção cognitiva e motora.

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