Crise climática global se acelera e planeta vai esquentar 1,5ºC uma década antes do previsto; Brasil será duramente atingido
Painel da ONU apresenta cenário dramático para a evolução do clima no planeta em função da devastação ambiental
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247 - A Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do que era esperado. Com isso, haverá eventos climáticos extremos em maior frequência, como enchentes e ondas de calor, resultantes da devastação ambiental. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (9) pelo Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC), assinado por 234 autores de 65 países. O Brasil será duramente atingido pelo agravamento: haverá chuvas fortes no Centro-Sul, enquanto o Nordeste e a Amazônia devem sofrer com períodos secos mais prolongados.
As projeções regionais do IPCC mostram aumento das chuvas fortes no Centro-Sul do Brasil, com grandes volumes de água concentrados em até de cinco dias de chuva, enquanto o Nordeste e a Amazônia devem sofrer com períodos secos mais prolongados.
No cenário extremo de aquecimento global de 4ºC, além das mudanças serem mais drásticas nos quadros de chuvas fortes e secas, o país também deve ver alterações mais marcantes no volume de precipitação anual, que fica mais escasso na região Norte e mais volumoso no Sul e Sudeste.
Na maior parte do país —região que abrange Norte, Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste— há projeções de aumento de secas agrícolas e ecológicas para meados do século, em um cenário de aquecimento global de 2°C. Com a aridez, também se espera o aumento de climas propícios para incêndios, com impactos para os ecossistemas, a saúde humana, a agricultura e a silvicultura.
Na Amazônia, o número de dias por ano com temperaturas máximas superiores a 35°C aumentaria em mais de 150 dias até o final do século no cenário de aquecimento global superior a 4°C, enquanto se espera que aumente em menos de 60 dias no cenário de aquecimento limitado a 2°C.
“A Amazônia é uma região sensível às mudanças climáticas e é uma das regiões que podem sofrer os maiores impactos, por conta da sua localização tropical. As regiões tropicais vão ser as grandes prejudicadas pelo aquecimento global e isso atinge diretamente o Brasil“, diz o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e membro do IPCC, em reportagem da Folha de S.Paulo.Ele também cita o impacto do aumento do nível do mar —que pode avançar cerca de um metro nas próximas décadas— para regiões costeiras, destacando capitais e estruturas como o Porto de Santos.
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