Como criminosos 'esquentaram' 13 toneladas de ouro ilegal da Amazônia

A PF deflagrou nesta quinta uma operação para desmantelar uma quadrilha responsável por contrabandear R$ 4 bilhões em ouro extraído de garimpo ilegal da Amazônia para o exterior

Ouro encontrado em fazenda do Pará
Ouro encontrado em fazenda do Pará (Foto: Ascom PRF)


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247 — A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 15, uma operação para desmantelar uma quadrilha responsável por contrabandear R$ 4 bilhões em ouro extraído de garimpo ilegal da Amazônia para o exterior. A Justiça Federal autorizou o bloqueio de mais de R$ 2 bilhões dos investigados.

A principal responsável pela importação do produto ilegal era uma empresa dos Estados Unidos, que vendia o produto para Emirados Árabes, Hong Kong (China), Itália, Suíça e outros países, apurou o inquérito.

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Reportagem do G1 mostra como era realizada esta operação.

Os criminosos esquentavam o ouro ilegal para que este chegasse “legalmente no exterior. Estima-se que cerca de 13 toneladas do metal preciso foi retirado ilegalmente da Amazônia. O ouro era retirado de áreas ambientais protegidas pela União e Estados, além de Territórios Indígenas (como dos ianomâmi) e quilombolas.

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Eles usavam empresas registradas legalmente para o manuseio do ouro para emitir notas fiscais e, depois, o produto era comprado por companhias indicadas pela PF como as “líderes da organização criminosa”. Essas empresas possuem a Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), emitida pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e os garimpeiros pegavam emprestadas as PLGs para esquentar o ouro.

Além disso, segundo a reportagem, outro meio de conseguir legalizar o produto seria emitindo o documento de uma lavra fantasma, indicando que o ouro foi retirado de uma área legal. E ouro ilegal, pela incapacidade de fiscalização da ANM, se torna “legal”.

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>>>Leia mais: BC estuda criar sistema para fiscalizar e rastrear ouro de garimpo

Depois, conta a reportagem, aparece um comprador registrado, como instituições financeiras autorizadas a operar pelo Banco Central (BC), cuja maioria é Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). O garimpeiro apresenta a PLG e sai com nota fiscal e seu produto originalmente ilícito passa ser legal para o mercado.

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