Brasil propõe cúpula de países amazônicos em agosto para coordenar ação contra mudanças climáticas
Também devem estar presentes o enviado do clima dos EUA, John Kerry, além de Macron e Maduro, que vinha se mantendo afastado das reuniões regionais nos últimos anos
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247 - O governo brasileiro marcou para o início de agosto a reunião, em Belém (PA), que pretende reavivar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne os países com áreas amazônicas, e servirá para tentar definir uma posição sobre conciliar desenvolvimento e combate à crise climática.
"É uma reunião importante porque o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) quer coordenar com os outros sócios da OTCA uma visão dos países Amazônicos sobre a Amazônia", disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em conversa na quinta-feira com jornalistas estrangeiros.
A intenção de Lula é usar essa posição acordada no encontro do OTCA para seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.
"Ele quer levar um pouco a visão de todos os países. Tem que se promover o encontro antes para que todos contribuam para uma política comum que será feita", explicou Vieira.
A retomada da OTCA é uma das metas de Lula em seu terceiro governo. O grupo teve reuniões presidenciais virtuais nos últimos anos, mas com relevância diminuída e com o Brasil praticamente abandonando as deliberações do grupo.
A ideia é usar a instância para unificar os discursos dos oito países que compõe o grupo e atrair investimentos para a região dentro das políticas de desenvolvimento, combate ao desmatamento e proteção de povos indígenas com o objetivo de fortalecer a posição frente a organizações internacionais e países do Atlântico Norte.
A Cúpula da OTCA, em princípio marcada para os dias 8 e 9 de agosto, deve incluir este ano a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, para representar a Guiana Francesa. O presidente francês viria ao Brasil em visita oficial ainda no primeiro semestre deste ano, mas a viagem deverá ser então durante a Cúpula.
Também deve estar presente o enviado especial do clima dos EUA, John Kerry, que confirmou que pretende visitar a Amazônia este ano.
Espera-se ainda que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, compareça. Ele vinha se mantendo afastado das reuniões regionais nos últimos anos, depois do rompimento de relações diplomáticas com Jair Bolsonaro no poder no Brasil. (Com Reuters).
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