Barroso: 'o País corre o risco de perder o controle da Amazônia para o narcotráfico'
“Existe um risco real de perder a soberania da Amazônia não para nenhum outro país, mas para o crime organizado”, disse o ministro do Supremo Tribunal Federal
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
BRASÍLIA, 7 Dez (Reuters) - O Brasil corre o risco de perder o controle sobre sua vasta região da floresta amazônica para o crime organizado e traficantes que usam a região sem lei para contrabandear drogas, alertou um juiz do Supremo Tribunal nesta quarta-feira.
O ministro Luis Roberto Barroso pediu à comunidade internacional que contribua com fundos e ideias para promover o desenvolvimento sustentável que preserve a floresta amazônica, a maior do mundo, e ajude os 25 milhões de pessoas que vivem nela.
A Amazônia absorve grandes quantidades de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global e sua preservação é vista como essencial para o combate às mudanças climáticas.
“Existe um risco real de perder a soberania da Amazônia não para nenhum outro país, mas para o crime organizado”, disse ele em entrevista.
Barroso, que participou das negociações climáticas da COP27 das Nações Unidas no Egito em novembro, disse que o financiamento internacional não interfere na soberania brasileira sobre a Amazônia, como afirmou o presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro.
Pelo contrário, é necessário apoio estrangeiro para deter a degradação da floresta tropical e ajudar o Estado brasileiro a restaurar a lei e a ordem na Amazônia.
“As autoridades brasileiras terão que estar muito empenhadas em enfrentar crimes ambientais como extração ilegal de madeira e mineração, desmatamento, grilagem de terras e assassinato de defensores da floresta”, disse Barroso.
Sob Bolsonaro, as atividades ilegais aumentaram na Amazônia, incentivadas pela flexibilização das proteções ambientais e redução do financiamento para agências de fiscalização.
O governo de Bolsonaro também paralisou o Fundo Amazônia, para o qual Noruega e Alemanha contribuíram com mais de US$ 1 bilhão para apoiar projetos sustentáveis na região.
O fundo será reiniciado quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou Bolsonaro nas eleições de outubro, assumir o cargo em janeiro. Lula se comprometeu a acabar com a impunidade criminal na Amazônia.
"A preservação da Amazônia é essencial para o mundo. Defendo que o mundo contribua para a preservação da Amazônia", disse Barroso.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247