Yuval Noah Harari argumenta que a Inteligência Artificial hackeou o sistema operacional da civilização humana
Apesar dos riscos apresentados, Harari também reconhece o potencial transformador da Inteligência Artificial
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247 – O medo da Inteligência Artificial (IA) assombra a humanidade desde o início da era dos computadores. Até então, esses temores se concentravam em máquinas usando meios físicos para matar, escravizar ou substituir as pessoas. No entanto, nos últimos anos, surgiram novas ferramentas de Inteligência Artificial que ameaçam a sobrevivência da civilização humana a partir de uma direção inesperada. A Inteligência Artificial adquiriu habilidades notáveis para manipular e gerar linguagem, seja por meio de palavras, sons ou imagens. Dessa forma, a IA hackeou o sistema operacional de nossa civilização, argumenta o pensador Yuval Noah Harari, em artigo publicado na revista The Economist.
A preocupação é destacada por Yuval Noah Harari, renomado historiador e autor dos best-sellers "Sapiens: Uma breve história da humanidade" e "Homo Deus: Breve história do amanhã". Harari argumenta que a IA não está apenas afetando o mundo físico com suas aplicações em automação e robótica, mas também está alterando profundamente o campo da linguagem e comunicação.
Anteriormente, a manipulação da linguagem era uma habilidade exclusiva dos seres humanos, mas agora, com o avanço da IA, vemos algoritmos capazes de gerar textos, músicas e até mesmo imagens de forma cada vez mais convincente. Essa capacidade tem consequências significativas, pois a linguagem é um dos pilares fundamentais da nossa civilização.
Ao hackear nosso sistema operacional, a IA tem o potencial de influenciar opiniões, disseminar desinformação em larga escala e manipular a narrativa coletiva. Algoritmos de recomendação de conteúdo, por exemplo, podem criar bolhas de informação que reforçam crenças e visões de mundo específicas, levando ao isolamento intelectual e à polarização da sociedade.
Harari alerta para os perigos de uma IA que controla a narrativa, pois isso pode minar a confiança nas instituições, enfraquecer a democracia e até mesmo distorcer a realidade em benefício de interesses particulares. Além disso, ele levanta questões éticas sobre quem será responsável por esses algoritmos e como garantir que seus poderes sejam usados para o bem comum, em vez de fins nefastos.
Apesar dos riscos apresentados, Harari também reconhece o potencial transformador da IA e a importância de aproveitar seus benefícios para avançar como sociedade. Ele enfatiza a necessidade de uma discussão ampla e inclusiva sobre os impactos da IA em nossa civilização, bem como a implementação de regulamentações adequadas para proteger os direitos e valores humanos.
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