“Paulo Freire dizia que é preciso ter coragem de amar”, diz viúva Nita Freire

Educadora Ana Maria Freire revela o Paulo Freire que poucos conheciam e como ele vivia na intimidade. “Paulo viveu o amor intensamente em tudo o que fazia”, conta à TV 247. Assista

(Foto: Acervo pessoal)


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247 - A educadora Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo Freire, contou, em entrevista à TV 247, sobre o “amor louco” que os dois cultivaram entre 1987 e 1997 e sobre como a obra do intelectual reflete o sentimento de generosidade para todos.

Eles haviam cruzado caminhos no Colégio Oswaldo Cruz, em Recife (PE), onde o pedagogo cursou o Ensino Médio. Mesmo após formado, ele permaneceu próximo à família de Nita, que comandava o colégio. Em 1987, quando os dois ficaram viúvos, Paulo e Nita, como é conhecida, se aproximaram ainda mais. Eles se casaram em 1988.

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“É muito raro pessoas casarem que se amam tanto, que o homem se dispõe tanto em fazer a mulher feliz. Em geral, a mulher que procura agradar mais o homem, e no nosso casamento não. Era recíproco”, contou Nita Freire. 

Em seu cotidiano, o casal trabalhava para fortalecer seu amor. “Isso é o que importa, é você reconhecer o outro como ele é para você. Com isso você constrói a felicidade. Paulo dizia que a felicidade não era aquilo, ‘apaixonou, casou’. Não. A gente construía a cada dia. Ele dizia que o amor e a felicidade não é uma coisa que fica para eterno. O amor e a felicidade são coisas que construímos todo dia aos poucos”, disse a educadora. 

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Após nove anos casados, a morte do educador foi um choque avassalador para Nita Freire.  

Para se recompor, ela se dedicou à edição de textos inéditos do marido, além da percepção de seu impacto real no mundo. “Tanto que quando o Paulo morreu, pensei que eu não ia resistir. Fiquei dois anos num luto terrível, até quando o pessoal do Rio Grande do Sul, que gosta muito de Paulo, começou a dizer, ‘Nita, e os textos inéditos?’. Então, comecei a trabalhar com os textos dele e fui me recompondo com ele através de sua presença escrita e no mundo, como o homem generoso e dadivoso que foi para todos e todas da humanidade”. 

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“Ele dizia que é preciso ter coragem de amar. Paulo teve uma coragem enorme de amar todos, e a mim foi um amor louco. Tem uma carta dele, que no fim ele se despede: ‘loucamente te amo’. E foi assim, loucamente ele me amava”, completou. 

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