“O fascismo está ligado à masculinidade tóxica”, afirma historiador Federico Finchelstein

Um dos maiores estudiosos do tema, o professor avalia em entrevista à TV 247 que o fascismo sempre manteve uma “ordem de relações de gênero particularmente repressiva”, voltada contra outras sexualidades. “[O fascismo] é uma forma particular de masculinidade, não é a masculinidade, mas uma masculinidade chauvinista e machista”. Assista

Federico Finchelstein
Federico Finchelstein (Foto: Reprodução)


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247 - O historiador e professor Federico Finchelstein, um dos maiores estudiosos do fascismo, em entrevista à TV 247, afirmou que, historicamente, essa ideologia sempre esteve ligada à “masculinidade tóxica”. Professor de História na New School for Social Research e no Eugene Long College, ambos em Nova York, ele explicou como o fascismo promove uma ordem das relações de gênero “particularmente repressiva”, que não condiz com a realidade.

“[O fascismo] é uma forma particular de masculinidade. Não é a masculinidade, mas uma masculinidade chauvinista e machista, que a identifica com uma ordem de relações de gênero particularmente repressiva. Um homem mau que é muito violento, musculoso e com feições características. Vemos isso na propaganda fascista, não necessariamente na realidade, porque não necessariamente os corpos desses fascistas se parecem com a imagem que eles querem projetar. Mas existe também um elemento da masculinidade tóxica aqui, que, é claro, não define a masculinidade. É um tipo particular de masculinidade, muito tradicional e discriminatório, enquanto representa um tipo de masculinidade e um tipo de sexualidade vis-à-vis outros tipos de masculinidade ou outros tipos de sexualidade que vê como sendo anormais”, afirmou o autor de ‘Do Fascismo ao Populismo na História’.

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“De novo, isso é muito velho, precede o fascismo e foi estudado por um dos maiores historiadores do fascismo, o historiador George Mosse, que escreveu um livro fantástico sobre a criação da masculinidade moderna. Se voltarmos na história, a masculinidade era muito mais pluralista do que a ordem repressiva que começou no século 19 e se acelerou na velocidade máxima e foi mais radicalizada via fascismo. Vemos no Bolsonaro muitos elementos disso também, ou em Trump”, exemplificou. 

Em outro trecho da entrevista, Finchelstein também defendeu que “o Brasil precisa de uma coalizão antifascista”. “Talvez esteja sendo ingênuo, talvez esteja pedindo por muito, mas foi isso que aconteceu nos Estados Unidos, quando se teve uma coalizão de democratas de esquerda, de centro e até de republicanos contra o perigo do fascismo representado pelo Trump”, comparou.

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