'Novos governos de esquerda na América Latina serão mais fracos', diz professor de Harvard
Professor Steven Levitsky afirma que "a situação econômica é bem diferente e difícil" quando comparada aos anos 2000

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e coautor de 'Como morrem as democracias', Steven Levitsky, concedeu uma entrevista ao jornal O Globo na qual falou sobre os novos de governos de esquerda na América Latina à luz das eleições recentes de Gabriel Boric, no Chile, e de Gustavo Petro, na Colômbia.
Segundo ele, os governos de Boric e Petro serão "mais fracos". "Não veremos revoluções nem nada disso, nada de socialismo do século XXI".
Levistsky não acredita que a América Latina atravessa uma nova onda de esquerda. "Acho um exagero falar em nova onda de esquerda na América Latina. O que estamos vendo, na região e no mundo, é uma onda contra os que governam. Existe descontentamento em muitos lugares, e, em geral, os partidos que governam estão perdendo", disse ele.
Sobre as diferenças entre os novos governos e os do começo do século, Levistsky observou: "não podemos colocar na mesma categoria presidentes como López Obrador, no México, Castillo e Boric. Dito isto, uma grande diferença que vejo é que os governos atuais não terão os mesmos recursos que os que governaram antes. A situação econômica é bem diferente e difícil, em quase todos os países da região, apesar do aumento do preço do petróleo. A Venezuela não tem hoje os mesmos recursos que teve Chávez. Nenhum dos presidentes atuais terá os recursos que rendeu o boom das commodities, que favoreceu Lula, Chávez, Correa, Morales. Os de hoje são tempos difíceis, e por isso estes presidentes não terão o apoio popular que tiveram Chávez, Morales e Correa".
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247