"Nestes 100 anos, o Partido Comunista uniu e libertou o povo chinês", diz embaixador no Brasil
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, falou nesta quarta-feira (9) em videoconferência virtual sobre a experiência do Partido Comunista da China, lembrando que daqui a três semanas este comemora o centenário de fundação
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247 - Presidentes de partidos brasileiros e acadêmicos chineses participam nesta quarta (9) e quinta-feira de evento promovido pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa e a Universidade Tsinghua. O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, fez um pronunciamento sobre a experiência do governante Partido Comunista.
O tema é dos mais interessantes para o público que acompanha a vida política nacional e internacional: o papel dos partidos para a governabilidade. Dirigentes políticos brasileiros fazem intercâmbio de opiniões com acadêmicos chineses.
Na quarta-feira, participaram Baleia Rossi, deputado federal e presidente do MDB, Carlos Lupi, presidente do PDT, Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco e presidenta do PCdoB, Zhang Baijia, historiador e ex-vice-diretor do Centro de Investigação de História do Comitê Central do PCCh, Li Junru, teórico do Marxismo na China e ex-vice-diretor do Centro de Pesquisa Histórica do PCCh, Zhang Lirong, secretário-geral do Fórum China do CISS e Yang Wanming, embaixador da República Popular da China no Brasil.
Leia a íntegra do pronunciamento do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming
“Prezado senhor Walfrido Warde, presidente do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE),
Prezado senhor Zhang Lirong, secretário-geral do Fórum China, do Centro para Segurança e Estratégia Internacionais da Universidade Tsinghua (CISS),
Prezado senhor Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, senhora Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, senhor Carlos Lupi, presidente nacional do PDT,
Prezado senhor Li Junru, ex-vice-reitor da Escola Central do Partido Comunista da China,
Prezado senhor Zhang Baijia, ex-diretor adjunto do Gabinete de Pesquisa em História do Partido Comunista da China,
Estimados dirigentes de partidos políticos e de organizações do Brasil,
Caros amigos chineses e brasileiros,
Bom dia e boa noite a todos! Em primeiro lugar, quero agradecer ao IREE e ao Fórum China do CISS por co-organizar este evento. É uma grande satisfação encontrar-me com presidentes de vários partidos políticos brasileiros, que são também promotores de intercâmbio interpartidário entre a China e o Brasil e as nossas relações bilaterais. Eu e a Embaixada da China no Brasil estamos à sua disposição para manter um contato frequente e trabalhar juntos para fomentar a amizade e a cooperação, fortalecer a confiança mútua e o aprendizado entre os nossos dois países. O senhor Li Junru e o senhor Zhang Baijia são teóricos de renome e grandes pesquisadores do marxismo e a história do Partido Comunista da China, ambos com excelente currículo acadêmico e produções inspiradoras. Será um grande prazer ouvir suas ideias.
O tema deste webinário é “Responsabilidade de Partidos Políticos nas Transformações da Conjuntura Internacional”, o que tem uma grande relevância na atualidade. O mundo passa por mudanças sem precedentes em um século, e a peça fundamental é a remodelação da ordem internacional. Por um lado, a pandemia acelera a evolução da conjuntura mundial e do sistema de governança global, enquanto crescem o unilateralismo, o protecionismo e o bullying internacional, contrapondo-se ao multilateralismo e à globalização econômica. Aumentou-se o déficit na governança, no desenvolvimento e na paz e surgiram novos desafios globais na saúde pública, nas mudanças climáticas, na segurança da informação e no desenvolvimento sustentável. Por outro lado, apesar das dificuldades, a ascensão de economias emergentes e de países em desenvolvimento é uma tendência irreversível, e isso contribui para aprofundar o reequilíbrio de forças no cenário internacional. Além disso, a nova transformação na ciência e tecnologia e a revolução industrial avançam rapidamente e reformulam o modo de produção e a estrutura social. Organizações não-governamentais, empresas de tecnologia e outros atores não estatais estão assumindo um papel cada vez mais relevante, moldando o panorama político e econômico do mundo.
Todas essas grandes transformações trazem enormes desafios e novas oportunidades que colocam os partidos políticos de todos os países em múltiplos testes, tais como melhorar a própria construção, otimizar a capacidade de governança e consolidar a base popular. O Partido Comunista da China e os partidos políticos brasileiros nasceram com as suas respetivas missões históricas, culturas e condições nacionais, filosofias de governança e vias de desenvolvimento, mas todos enfrentam a mesma tarefa árdua de responder à tendência dos tempos e do progresso humano, além de atender às expectativas comuns do povo. Ao intensificar a nossa comunicação e aprofundar a confiança mútua e a concertação, podemos aprimorar a partilha de experiências, a melhoria da eficiência administrativa e a promoção do bem-estar da população.
Daqui a três semanas, o Partido Comunista da China vai comemorar seu centenário. Nesses 100 anos, o Partido tem unido e liderado o povo chinês a concretizar o milagre chinês que impressiona o mundo. Nos últimos anos, principalmente sob a liderança do Comitê Central unido em torno do secretário-geral Xi Jinping, o crescimento chinês teve novas conquistas históricas e o socialismo com características chinesas entrou em uma nova era. A sabedoria política do Partido Comunista da China tem como base as realidades do país, mas também pode fornecer, à comunidade internacional, inspirações para lidar com as mudanças mundiais e superar empecilhos à governança.
Em primeiro lugar, seguir uma missão centrada nas pessoas. Desde sua fundação, o Partido Comunista da China tem como propósito primordial servir o povo de forma dedicada, tanto que levou os chineses a alcançar a independência, a liberdade e a emancipação, assim como os grandes êxitos na construção e no desenvolvimento da nação. Diante de desafios formidáveis como o enfrentamento à pandemia, o combate à pobreza, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e a gestão do meio ambiente, o Partido chinês segue sempre o conceito de priorizar a população e sua vida ao preservar a saúde e a dignidade de cada cidadão e salvaguardar a justiça social.
Segundo, buscar um caminho autônomo e inovador. Ao combinar os princípios básicos do marxismo com as realidades da China conforme as particularidades de cada época, o Partido encontrou o caminho correto para a prosperidade, e estabelecem sistemas políticos, econômicos e sociais do socialismo. Perante novas circunstâncias, o Partido vem promovendo a modernização do sistema e da capacidade de governança nacional, elevando o nível de administração pública nos parâmetros de ciência, democracia e legalidade e fortalecendo a habilidade e o sistema do Partido para governar e liderar.
Terceiro, renovar-se constantemente para manter o vigor. Como um grande partido que tem governado, por longo período, o país mais populoso do mundo, o Partido Comunista da China sempre tem a coragem de atacar os seus próprios problemas e fazer auto-revolução. Fortalece, de forma constante, sua própria construção e a supervisão, nos termos da lei, para combater a corrupção, assegurar a unidade ideológica, política e organizacional do Partido e garantir a correta implementação de seus programas, linhas e políticas.
Por fim, manter uma atitude aberta e inclusiva para a parceria internacional. Além de buscar o bem-estar do próprio povo, o Partido Comunista da China também defende o progresso de toda a Humanidade. O Partido acredita que o desenvolvimento da China cria mais oportunidades para o mundo e compartilha com os outros países sua experiência extraída das práticas em busca dos princípios do desenvolvimento social da humanidade. O Partido sempre busca aprender com as conquistas culturais de outras nações e sempre se dispõe a desenvolver diálogo, intercâmbio e cooperação com partidos políticos e povos de todo o mundo, sem exportar o modelo chinês ou exigir que outros repliquem as práticas chinesas.
Caros amigos,
Confúcio disse que há três tipos de amigos que são benéficos: íntegros, fiéis e experientes. Espero que uma conversa franca e aprofundada sobre o tema nestes dois dias possa inspirar novos aprendizados e contribuir com apoio intelectual para o desenvolvimento sustentado das relações bilaterais e um futuro mais promissor da humanidade. Obrigado”.
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