“Favela é condomínio privado de direitos e não deve ser romantizada”, diz André Constantine
Liderança de movimentos de favelas do Rio criticou as declarações de Preto Zezé, da Cufa, sobre o “Dia da favela” e é enaltecido como um “empreendedor” na Folha. Para André, Zezé serve como “garoto propaganda” do neoliberalismo para os mais pobres. Assista
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247 - André Constantine, líder de movimentos de favelas do Rio de Janeiro e militante do PT, criticou, na TV 247, a entrevista de Preto Zezé à Folha de S.Paulo, em que o presidente da Cufa (Central Única das Favelas) fala sobre o “Dia da favela” e é enaltecido como um “empreendedor”.
Para Constantine, não há razão para se comemorar a data. “Primeiro que existir um dia para se comemorar o dia da favela não faz sentido nenhum. Eu não comemoro o dia da favela, não faz sentido. Isso aqui é um campo de extermínio, um condomínio privado de direitos. Morar na favela é muito ruim. Nós temos que parar de romantizar a vida nesses territórios. Nós, favelados, que fazemos parte da classe trabalhadora, estamos morrendo de Covid, de bala e de fome. É muito ruim a nossa situação nesse momento pandêmico. Então, não tem que se comemorar nada”, disse.
O ativista acusou Zezé de servir como “garoto propaganda” da ideologia neoliberal e da narrativa do empreendedorismo, que prejudicam mais do que ajudam a vida dos moradores de favela.
“E esse Zezé aí da Cufa, meu Deus do céu. Falar o que da Cufa? Do AfroReggae? Essas ONGs idealizadas para ganhar dinheiro com a pobreza existente aqui, com o sangue negro que escorre aqui. Esse Zezé está sendo garoto propaganda do neoliberalismo, com uma das suas narrativas, que já encontram-se bem consolidadas nos territórios de favela, que é essa questão do empreendedorismo”, disse. “Infelizmente existem esses capitães do mato e esses negros da Casa Grande que precisam ser combatidos”.
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