EUA estão espionando Zelensky: eis o que é conhecido até agora dos arquivos de inteligência vazados

Os documentos altamente confidenciais do Pentágono, que foram vazados online nas semanas recentes, contêm algumas revelações constrangedoras

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Foto: REUTERS)


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Artigo de Tyler Durden originalmente publicado no ZeroHedge em 10/4/23. Traduzido e adaptado por Rubens Turkienicz com exclusividade para o Brasil 247

Os documentos altamente confidenciais do Pentágono, que foram vazados online nas semanas recentes, mas começaram a ser confirmados ou reportados como sendo autênticos pelos The New York Times e outros veículos somente nos últimos dias, contém algumas revelações constrangedoras. Isto fez com que o DOJ (Departamento de Justiça) e as autoridades de inteligências se mexessem para descobrir a fonte dos vazamentos.

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A CNN confirmou na segunda-feira, baseando-se em um dos documentos que apareceram online, que os EUA vêm espionando o presidente ucraniano Vladimir Zelensky — uma revelação que causou “profundas frustrações” nas autoridades de Kiev.

“Um documento revela que os EUA vêm espionando Zelensky”, reporta a CNN. “Isto não é surpreendente, disse uma fonte próxima a Zelensky, mas as autoridades ucranianas estão profundamente frustradas pelo vazamento”.O documento da inteligência dos EUA sugere que as autoridades estadunidenses têm estado preocupadas pela possível tomada de decisão de Zelensky de atacar o interior do território russo — o que poderia escalar a guerra e, potencialmente, levar a confrontações diretas entre a Rússia e a OTAN:

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“O relatório da inteligência estadunidense, que tem como fonte a inteligência de sinais (mensagens), diz que, no final de fevereiro, Zelensky “sugeriu atacar posições militares russas em Rostov Oblast” usando veículos aéreos não-tripulados — já que a Ucrânia não possui armas de longo alcance capazes de alcançar tão longe”.

Uma possibilidade adicional é que a comunidade de inteligência dos EUA possa estar monitorando o escritório presidencial ucraniano como parte de esforços para supervisionar e prestar contas sobre como estão sendo utilizados por Kiev as dezenas de bilhões de dólares enviados como ajuda.

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O Washington Post detalha que “muitos dos documentos parecem ter sido preparados durante o inverno pelo General Mark A. Milley, presidente dos Chefes de Estado Maior Conjuntos e outros oficiais militares seniores, porém estes estavam disponíveis para outros funcionários e empregados contratados dos EUA que possuem as autorizações de segurança requeridas”.Aqui estão as 14 principais revelações contidas no conjunto de documentos vazados, segundo várias fontes de mídias:

  • Localizações dos esforços de recrutamento da CIA, focalizando em agentes humanos que têm acesso a conversações a portas fechadas de líderes mundiais
  • O grupo [mercenário] russo Wagner tentou obter armas de um membro da OTAN: a Turquia. Também, alguns dos futuros planos internos do grupo Wagner eram aparentemente conhecidos pela inteligência estadunidense
  • Detalhes de tecnologia sensitiva de satélites usados para monitorar forças russas — nominalmente o “vídeo de sequência de tempo LAPIS”, descrito como um sistema avançado de satélites guardado até agora como um segredo muito guardado
  • Avaliações sobre os campos de batalha ucranianos preparadas pelo Pentágono
  • O jornal The Guardian: “Uma imagem sugeria que um pequeno contingente de menos de cem efetivos de operações especiais de membros da OTAN — França, EUA, Grã-Bretanha e Letônia — já estavam em atividade na Ucrânia”
  • Descrições de atividades de coleta de inteligência pela CIA, a NSA, a Agência de Inteligência da Defesa, agências de implementação de leis e o Escritório Nacional de Verificação.
  • Uma revisão de 23 de fevereiro sobre a situação no campo de batalha do Donbass ucraniano prevê uma “pesada campanha de atrito” feita pela Rússia que “provavelmente vai na direção de um impasse, frustrando a meta de Moscou de capturar toda a região em 2023.”
  • The Washington Post (WaPo): “A comunidade de inteligência dos EUA penetraram as forças militares russas e os seus comandantes tão  profundamente, que ela pode advertir a Ucrânia com antecedência sobre ataques e pode avaliar com confiabilidade as forças e fraquezas das forças russas.”
  • WaPo: “Uma simples página do acervo vazado revela que a comunidade de inteligência dos EUA sabia que o Ministério de Defesa da Rússia havia transmitido planos para atacar posições de tropas ucranianas em dois locais numa certa data de fevereiro, e que os planejadores militares russos estavam preparando ataques a uma dúzia de instalações de energia e um número igual de pontes na Ucrânia.”
  • WaPo: Um resumo de análises da Revisão de Inteligência Mundial da CIA — uma publicação feita para tomadores de decisões políticas sêniores — diz que Pequim provavelmente veria os ataques da Ucrânia ao território interior da Rússia como “uma oportunidade para apresentar a OTAN como agressora” e que a China poderia aumentar o apoio à Rússia caso sentisse que os ataques eram “significativos”.
  • As robustas defesas aéreas da era soviética da Ucrânia — que minimizaram até agora a participação de aviões russos — poderia carecer de munições nas próximas poucas semanas.
  • Uma suposta atualização de inteligência da CIA alega que o Mossad israelense apoiou os protestos contra o esquema de reforma da Suprema Corte proposto pelo primeiro-ministro Netanyahu.
  • Um relatório diz que as discussões internas mostram que autoridades sul-coreanas estão preocupadas pelos pedidos de fornecimento de cargas de artilharia para repor os estoques dos EUA, preocupados que estas possam parar na Ucrânia.
  • Outro relatório diz que a Defesa Aérea ucraniana está em perigo caso não seja fortalecida pelos aliados ocidentais.

Neste ínterim, a amplitude expandida do assunto faz com que muitos sugerem que uma fonte estadunidense seja responsável [pelos vazamentos]. Isto está sendo chamado de “um pesadelo para os Cinco Olhos” — e poderia causar danos às relações de compartilhamento de inteligência entre os EUA e os seus parceiros.

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A penetração também poderia resultar constrangedora para a Rússia — eis que trata das alegações que a inteligência dos EUA penetrou profundamente em algumas áreas-chave do governo, como o Ministério da Defesa russo.

“O foco agora é que isso seja um vazamento dos EUA, já que muitos dos documentos estavam somente em mãos estadunidenses” — o ex-oficial do Pentágono Michael Mulroy contou à agência Reuters.

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