Enquanto a Ucrânia queima, os EUA e a China brincam com fogo na Ásia, diz Michael Klare

O outro ponto de eclosão nuclear do mundo, segundo Michael T. Klare

As bandeiras da China, dos EUA e do Partido Comunista Chinês são exibidas em uma barraca no Mercado Atacadista de Yiwu, em Yiwu, província de Zhejiang, China, em 10 de maio de 2019.
As bandeiras da China, dos EUA e do Partido Comunista Chinês são exibidas em uma barraca no Mercado Atacadista de Yiwu, em Yiwu, província de Zhejiang, China, em 10 de maio de 2019. (Foto: REUTERS/Aly Song/File Photo)


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Publicado originalmente no Tom Dispatch em 12.10.22. Traduzido e adaptado por Rubens Turkienicz com exclusividade para o Brasil 247

Graças à recente ameaça implícita de Vladimir Putin de empregar armas nucleares se os EUA e seus aliados da OTAN continuarem armando a Ucrânia — “Isto não é um blefe”, ele insistiu em 21 de setembro — os perigos do conflito russo-ucraniano apareceram novamente nas manchetes. E isso é inteiramente possível, à medida que armas estadunidenses cada vez mais potentes são despejadas na Ucrânia e as forças russas sofrem mais derrotas. O presidente russo efetivamente pode acreditar que a temporada de ameaças está terminando e que apenas a detonação de uma arma nuclear convencerá as potências ocidentais a recuarem. Se for assim, a guerra na Ucrânia poderia ser histórica no pior sentido imaginável — o primeiro conflito desde a Segunda Guerra Mundial a conduzir a uma devastação nuclear.

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Mas, espere aí! Ocorre que a Ucrânia não é o único lugar do planeta onde uma conflagração nuclear poderia explodir no futuro próximo. É triste dizê-lo, em torno da ilha de Taiwan — onde as forças militares dos EUA e da China estão se engajando em manobras militares cada vez mais provocadoras — também há um risco crescente de que tais movimentos de ambos os lados levem a uma escalada nuclear.

Porquanto nem as autoridades estadunidenses, nem as chinesas ameaçaram explicitamente usar tais armamentos, ambos os lados destacaram possíveis resultados extremos por lá. Na última vez que Joe Biden falou ao telefone com Xi Jinping, em 29 de julho, o presidente chinês o advertiu contra a visita da presidenta da Casa dos Representantes, Nancy Pelosi, à ilha (o que ela o fez, não obstante isso, quatro dias depois) ou de oferecer quaisquer encorajamentos adicionais às “forças de independência de Taiwan”. “Aqueles que brincam com fogo, perecerão nele”, ele assegurou ao presidente estadunidense — certamente foi uma advertência ambígua, porém uma que, mesmo assim, deixa aberta a possibilidade do uso de armas nucleares.

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Em 4 de setembro, como se fosse para sublinhar este ponto, um dia após o encontro de Pelosi com autoridades seniores taiwanesas em Taipé, a China disparou 11 mísseis balísticos Donfeng-15 (DF-15) nas águas do entorno daquela ilha. Muitos observadores ocidentais acreditam que aquela barragem tinha a intenção de demonstrar a capacidade de Pequim de atacar quaisquer embarcações navais dos EUA que fossem em ajuda a Taiwan no evento de um bloqueio ou invasão chinesa da ilha. E acredita-se que os DF-15, com um alcance de quase 1.000 quilômetros, são capazes de levar não só uma carga convencional, mas também uma arma nuclear.

Nos dias seguintes, a China também enviou bombardeiros pesados H-6 com capacidade nuclear que cruzaram a linha mediana no Estreito de Taiwan — que anteriormente era uma fronteira informal entre a China e aquela ilha. Pior ainda, as mídias estatais chinesas mostraram os mísseis balísticos hipersônicos Dongfeng-17 — que também se acredita serem capazes de carregar armas nucleares — sendo colocados em posições ao largo de Taiwan.

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Washington não alocou abertamente armamentos com capacidade nuclear de maneira tão descarada perto do território chinês, mas certamente enviou para a área porta-aviões e navios de guerra com mísseis teleguiados, assinalando a sua capacidade de lançar ataques ao continente, caso uma guerra se inicie. Quando Pelosi (ex-presidente da Câmara Federal de Representantes dos EUA) esteve em Taiwan, por exemplo, a Marinha dos EUA alocou os porta-aviões USS Ronald Reagan, com a sua flotilha de navios-escolta nas águas próximas. As autoridades militares de ambos países tem plena consciência que, caso estes navios jamais ataquem o território chinês, estes mísseis DF-15s e DF-17s seriam disparados sobre eles — e, se estiverem armados com ogivas nucleares, estes literalmente provocariam uma resposta nuclear dos EUA.

A mensagem implícita de ambos os lados é: uma guerra nuclear pode ser possível. E, apesar — diferentemente dos comentários de Putin — das mídias estadunidenses não destacarem a maneira pela qual Taiwan poderia detonar uma conflagração dessas, o potencial da mesma está ameaçadoramente lá.

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“Uma Única China” e a “Ambiguidade Estratégica”

Na verdade, nada há de novo sobre o risco de haver uma guerra nuclear por Taiwan. Em ambas as crises sobre o Estreito de Taiwan de 1954 – 1955 e 1958, os EUA ameaçaram atacar a então não-nuclear China com tais armamentos caso ela não cessasse de bombardear as ilhas controladas por Taiwan de Kinmen (Quemov) e Mazu (Matsu), localizadas ao largo da costa daquele país. Naquela época, Washington não tinha relações com o regime comunista do continente e reconhecia a República da China — como Taiwan chama a si mesma — como sendo o governo de toda a China. No entanto, ao final, os líderes dos EUA consideraram vantajoso reconhecer a República Popular da China em lugar da República da China e o risco de um conflito nuclear declinou precipitadamente — até recentemente.

Creditem a nova e crescentemente perigosa situação às visões mutantes de Washington sobre o valor estratégico de Taiwan para a posição dominante dos EUA no Pacífico, quando eles desafiam a emergência da China como uma grande potência. Quando os EUA reconheceram oficialmente a RPC em1978, isso rompeu as suas relações diplomáticas e militares formais com a República da China, enquanto “reconhecia a posição chinesa de que há apenas uma única China e que Taiwan faz parte da China”. Esta posição — que viria a ser conhecida como a política de “Uma Única China” —, na verdade, tem subscrita nela as relações pacíficas entre dois países (e a autonomia de Taiwan) desde então, permitindo que os líderes chineses acreditam que, com o passar do tempo, a ilha se junte ao continente.

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A segurança e a autonomia de Taiwan também têm sido preservadas ao longo dos anos por outra característica-chave da política dos EUA, conhecida como a “ambiguidade estratégica”. Esta se originou com o Ato de Relações com Taiwan de 1979, uma medida aprovada no Congresso dos EUA em sequência à decisão dos EUA de reconhecer a RPC como o governo legal de toda a China. Sob este ato, que ainda está vigente, os EUA ficam autorizados a fornecer armamentos “defensivos” a Taiwan, enquanto mantém laços apenas semioficiais com a sua liderança. Este ato também declara que Washington consideraria qualquer tentativa da China de alterar por meios violentos o status de Taiwan como uma questão de “grave preocupação”, porém sem declarar explicitamente que os EUA ajudarão Taiwan caso isso ocorra. Tal ambiguidade oficial ajudou a manter a paz. Em parte ao não oferecer à liderança de Taiwan qualquer garantia de que Washington os apoiaria caso eles declarem a sua independência e a China invadisse Taiwan, enquanto não dão garantia alguma aos líderes da RPC de que Washington ficaria nas laterais caso eles o façam.

Desde 1980, tanto os governos Democratas quanto os Republicanos contaram com tal ambiguidade estratégica e com a política de Uma Única China para guiar as suas relações pacíficas com a RPC. Com o passar dos anos, houve períodos de crescentes tensões entre Washington e Pequim, com o status de Taiwan sendo um persistente fator irritante, porém jamais com uma violação fundamental nas relações. E isso — considere a ironia, se conseguir — permite que Taiwan se desenvolva em um quase-estado moderno e próspero, enquanto escapa de envolver-se em um confronto entre grandes potências (em parte, porque não figurou e maneira suficientemente proeminente no pensamento estratégico dos EUA).

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De 1980 a 2001, as altas autoridades de relações exteriores dos EUA, na sua maioria, estavam focalizadas principalmente em derrotar a União Soviética, tratando de acabar com a Guerra Fria e expandindo oportunidades comerciais globalmente. E então, de 11 de setembro de 2001 até 2018, a atenção deles foram desviadas para a Guerra Global Contra o Terror. No entanto, nos anos iniciais do governo Trump, autoridades sêniores dos militares começaram a mudar o seu foco da Guerra ao Terror para aquilo que eles chamaram de uma “competição entre grandes potências”, alegando que enfrentar adversários “quase-iguais” — isto é, a China e a Rússia — deveria ser o tema dominante do planejamento militar. E só então é que Taiwan adquiriu um significado diferente.

A nova visão estratégica do Pentágono foi inicialmente delineada no documento ‘National Defense Strategy’ de fevereiro de 2018, da seguinte maneira: “O desafio central para a prosperidade e segurança dos EUA é a reemergência de uma competição estratégica de longo prazo” com a China e a Rússia. (E, sim, a ênfase está no original). A China, em particular, foi identificada como uma ameaça vital à continuidade da dominação global de Washington. “À medida que a China continue na sua ascensão econômica e militar”, afirma o documento, “ela continuará a seguir com o seu programa de modernização militar que busca a hegemonia regional Indo-Pacífica a curto prazo e a substituição dos EUA para alcançar a sua proeminência no futuro.”

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Uma ameaçadora “nova Guerra Fria” começou então.

Surge a Significância Estratégica de Taiwan  

A fim de evitar que a China alcance o mais temido resultado de todos, a “hegemonia regional Indo-Pacífica”, os líderes do Pentágono inventaram uma estratégia multifacetada, combinando uma presença militar melhorada dos EUA na região com laços militares cada vez mais reforçados com os aliados dos EUA lá. Como diria a Estratégia de Defesa Nacional de 2018, “nós fortaleceremos as nossas alianças e parcerias na região Indo-Pacífica para formar uma arquitetura de segurança em rede capaz de dissuadir agressões, manter estabilidade e assegurar livre acesso aos domínios comuns”. Inicialmente, esta “arquitetura de segurança em rede” só envolveria aliados de longa-data — como a Austrália, o Japão, a Coreia do Sul e as Filipinas. No entanto, logo depois, Taiwan acabou sendo vista como uma parte crucial de tal arquitetura.

Para se compreender o que isto significou, imaginem um mapa do Pacífico Ocidental. Ao buscar “conter” a China, Washington contava com uma cadeia de aliados em ilhas e penínsulas que ia da Coreia do Sul ao Japão, e das Filipinas à Austrália. As ilhas mais meridionais do Japão, incluindo Okinawa — a sede de importantes bases militares estadunidenses (e de um vigoroso movimento anti-bases) — alcançam até o Mar das Filipinas. Mesmo assim, ainda resta um amplo hiato entre elas e Luzon — a ilha filipina mais ao norte. Exatamente no meio daquele hiato fica... sim, você adivinhou: Taiwan.

Na visão das altas autoridades militares e de relações exteriores estadunidenses, para que os EUA conseguissem evitar com sucesso que a China se torne uma potência regional importante, os EUA teriam que “engarrafar” as forças navais chinesas dentro daquilo que eles começaram a chamar de “a cadeia das primeiras ilhas”. A cadeia de nações que vão do Japão até as Filipinas e a Indonésia. Para que a China prospere, como eles o viam, a marinha daquela nação teria que ser capaz de enviar os seus navios para além daquela linha de ilhas, chegando às profundezas do Pacífico. Então, você não se surpreenderá ao saber que a solidificação das defesas dos EUA ao longo daquela mesma cadeia se tornou uma prioridade máxima do Pentágono — e, neste contexto, ameaçadoramente o suficiente, Taiwan acabou sendo vista como uma peça crucial no quebra-cabeça logístico.

Em dezembro do ano passado, o Secretário-Assistente de Defesa para Assuntos de Segurança do Indo-Pacífico, Ely Ratner, resumiu a nova maneira de pensar do Pentágono sobre o papel geopolítico da ilha, quando ele se apresentou no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA em dezembro de 2021. Ele declarou que “Taiwan está localizada num nó crucial dentre a cadeia de primeiras ilhas, ancorando uma rede de aliados e parceiros dos EUA crítica para a segurança da região e crítica para a defesa vital dos interesses dos EUA no Indo-Pacífico”.

Esta nova percepção sobre a significância “crítica” de Taiwan levou os fazedores de política sêniores em Washington a reconsiderar as coisas básicas — incluindo o compromisso deles com a política de Uma Única China e à ambiguidade estratégica. Porquanto, ainda alegando a permanência da política de Uma Única China da Casa Branca, o presidente Biden insistiu repetidamente e muito inequivocamente que os EUA têm uma obrigação de defender Taiwan em caso de um ataque. Quando foi indagado recentemente no programa de TV Sixty Minutes se “as forças dos EUA defenderiam Taiwan no evento de uma invasão chinesa”, Biden disse, sem hesitação: “Sim”. O governo dos EUA também atualizou os seus laços diplomáticos com a ilha e prometeu bilhões de dólares em transferências de armas e outras formas de ajuda militar. Essencialmente, estes movimentos constituem um abandono de facto da política de “Uma Única China” e a sua substituição pela política de “Uma China, Uma Taiwan”.

Não surpreendentemente, as autoridades chinesas reagiram a tais comentários e os movimentos que os acompanham com crescente apreensão e perigo. Visto de Pequim, eles representam uma repudiação completa de numerosas declarações que reconheciam os laços indivisíveis de Taiwan ao continente, bem como uma potencial ameaça militar de primeira ordem caso a ilha se torne um aliado formal dos EUA. Para o presidente Xi e seus associados, isto é simplesmente intolerável.

“As repetidas tentativas das autoridades de Taiwan de buscar apoio dos EUA para a sua pauta de independência, bem como a intenção de alguns estadunidenses de usar Taiwan contra a China” são profundamente preocupantes, disse o presidente Xi a Biden durante a conversa telefônica deles em novembro de 2021. “Estes movimentos são extremamente perigosos, é como brincar com fogo. Quem brinca com fogo se queimará”.

Desde então, as autoridades chinesas têm escalado continuamente a sua retórica, ameaçando uma guerra em termos cada vez mais explícitos. “Caso as autoridades de Taiwan, encorajadas pelos EUA, seguirem no caminho da independência”, disse Qin Gang, o embaixador da China nos EUA, à National Public Radio (dos EUA) em janeiro de 2022, “isso muito provavelmente envolverá a China e os EUA, os dois grandes países, em um conflito militar”.

A fim de demonstrar a sua seriedade, a China começou a fazer exercícios aéreos e navais regulares no espaço aéreo e marítimo ao redor de Taiwan. Tais manobras geralmente envolvem a alocação de cinco ou seus navios de guerra e uma dúzia ou mais de aviões de combate, bem como demonstrações crescentes de poder de fogo, com a clara intenção de intimidar a liderança taiwanesa. Por exemplo, em 5 de agosto de 2022, os chineses alocaram 13 navios de guerra e 68 aviões de combate em áreas ao redor de Taiwan; dois dias depois, foram 14 navios e 66 aviões.

A cada vez, os taiwaneses mobilizam os seus próprios aviões e alocam os seus navios de defesa costeira em resposta. Consequentemente, à medida que as manobras da China crescem em tamanho e frequência, o risco de um conflito acidental ou não-intencional se torna cada vez mais provável. A alocação cada vez mais frequente de navios de guerra dos EUA em águas próximas apenas aumenta esta mistura explosiva. Cada vez que um navio de guerra estadunidense passa no Estreito de Taiwan — algo que ocorre agora quase uma vez por mês — a China mobiliza as suas próprias defesas aéreas e marítimas, produzindo um risco comparável de violência não-intencional.

Isso foi verdade, por exemplo, quando os cruzadores USS Antietam e USS Charcellorsville, que carregam mísseis teleguiados, navegaram por aquele estreito em 28 de agosto de 2022. Segundo Zhao Lijan, um porta-voz do ministério do exterior, as forças militares da China “conduziram rastreamentos e monitoramentos de segurança da passagem dos navios de guerra dos EUA durante a sua rota inteira e tinham todos os movimentos dos navios de guerra estadunidenses sob controle”.

Não Há Barreiras à Escalação?

Se não fosse pela guerra aparentemente sem fim na Ucrânia, os perigos de tudo isso poderiam ficar muito mais aparentes e muito mais noticiáveis. Infelizmente, neste ponto, não há indicações que nem Pequim, nem Washington, estejam preparados para recuar nas suas manobras militares provocativas ao redor de Taiwan. Isto significa que um conflito acidental ou não-intencional poderia ocorrer a qualquer momento, possivelmente detonando um conflito de larga escala. 

Imagine, então, o que poderia significar uma decisão de Taiwan de declarar independência completa, ou do governo Biden de abandonar a política de Uma Única China. Indubitavelmente, a China responderia agressivamente, talvez com um bloqueio naval da ilha ou até uma invasão em grande escala. Dada a crescente falta de interesse dentre as partes-chave em chegar a um acordo, um resultado violento parece ser cada vez mais provável.

Seja como for que este conflito irrompa, pode se provar difícil conter a luta num nível “convencional”. Ao final de contas, ambos os lados estão cautelosos de terem uma outra guerra de atrito como aquela que se desdobra na Ucrânia e de ter, ao invés disso, modelado as suas forças militares para combates rápidos de poder de fogo intensivo, visando a assegurar uma vitória rápida. Para Pequim, isto poderia significar o disparo de centenas de mísseis balísticos contra navios e bases aéreas dos EUA na região, com a meta de eliminar qualquer capacidade dos EUA para atacarem o seu território. Para os EUA, a perda de porta-aviões e outros navios de guerra; para a China, a perda da sua própria capacidade de realizar uma guerra. Será que os líderes do lado perdedor aceitariam tal situação sem recorrer às armas nucleares? Ninguém pode dizer com certeza, mas a tentação de escalar seria indubitavelmente grande.

Infelizmente, no momento, não há negociações EUA-China em andamento para resolver a questão de Taiwan, para evitar conflitos não-intencionais no Estreito de Taiwan, ou para reduzir o risco de uma escalação nuclear. Na verdade, a China cortou publicamente qualquer discussão sobre assuntos bilaterais, indo desde questões militares até as mudanças climáticas, após a visita de Pelosi a Taiwan. Então, apesar do foco atual nos riscos de escalação na Ucrânia, é essencial reconhecer que evitar uma guerra sobre Taiwan não é menos importante — especialmente dado o perigo de que tal conflito possa provar-se até de uma destrutividade maior. Por isso é tão crítico que Washington e Pequim ponham de lado as suas diferenças por um tempo suficientemente longo para iniciar conversações focalizadas em evitar tal catástrofe.

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