Cassius Clay: “Não vou viajar 10 mil milhas para ajudar a assassinar e queimar outra nação”
Há exatos 54 anos, no dia 28 de abril, Cassius Clay, o maior campeão de boxe de todos os tempos, entrou para a história também por uma atitude política, ao se negar a lutar na Guerra do Vietnã
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247 - "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?" - declarou o campeão de boxe explicando por que se recusava a guerrear pelo exército imperialista estadunidense na guerra contra o país do Sudeste Asiático.
Em 1967, quando, juntamente com Martin Luther King, líder do movimento antirracista e pelos direitos civis nos EUA, de quem era amigo, esteve em Louisville para apoiar a luta da população local por moradia, o pugilista declarou: "Por que me pedem para vestir um uniforme e me deslocar 10 mil milhas para lançar bombas e balas no povo marrom do Vietnam, enquanto os negros de Louisville são tratados como cachorros, sendo-lhes negados os mais elementares direitos humanos? Não, não vou viajar 10 mil milhas para ajudar a assassinar e queimar outra nação pobre para que simplesmente continue a dominação dos senhores brancos sobre os povos de cor mais escura mundo afora. É hora de tais males chegarem ao fim”.
“Fui avisado de que essa atitude me custaria milhões de dólares. Mas eu já disse isso uma vez e vou dizer de novo. O inimigo real do meu povo está aqui. Não vou desgraçar minha religião, meu povo ou a mim mesmo tornando-me um instrumento para escravizar aqueles que estão lutando por justiça, liberdade e igualdade” …
Se eu pensasse que a guerra traria liberdade e igualdade a 22 milhões de pessoas do meu povo, eles não precisariam me obrigar, eu me juntaria a eles amanhã mesmo. Não tenho nada a perder por sustentar minhas crenças. Então, vou para a prisão, e daí? Nós estivemos na prisão por 400 anos."
A atitude custou ao pugilista a cassação do seu título de campeão, que recuperou depois, a suspensão dos ringues por três anos e uma condenação a cinco anos de prisão, que foi cancelada por uma instância superior.
O pugilista adquiriu consciência política e manteve relações com Malcolm X, com quem estabeleceu contato em 1962.
No começo dos anos 1960, Cassius Clay aderiu ao islamismo, adotando o nome Muhammad Ali.
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