Vale a pena estar seguro

Crescimento da economia brasileira nos ltimos anos transformou as aplices de seguro em um dos investimentos mais populares do Pas



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Por Márcio Kroehn_247 – O seguro nunca foi tão popular no Brasil. Nos últimos anos, o brasileiro descobriu a importância de comprar uma, duas ou mais apólices que garantem proteção para os bens que foram adquiridos recentemente. O carro com mais de 10 anos de uso foi substituído por um zero quilômetro; a casa alugada deu lugar a um apartamento financiado. Esse novo comportamento da economia fez saltar o faturamento de todos os segmentos do mercado segurador, que englobam automóveis, imóveis, vida, previdência e saúde. Em 2005, eles faturavam juntos R$ 94,5 bilhões. Cinco anos mais tarde, quase dobraram de tamanho para R$ 183,8 bilhões, ou 94,6% a mais. A participação no Produto Interno Bruto (PIB), que era menor do que 5%, aproximou-se dos 6% no ano passado. E com o PIB crescendo de R$ 1,9 trilhão para R$ 3,2 trilhões. A expectativa é que nos próximos três anos os seguros ganhem mais dois pontos percentuais em relação ao PIB.

O que explica esse crescimento é a situação mais estável do País, que permite às pessoas fazerem planos para o futuro. Nos anos 1990, era difícil imaginar uma família que entendia a importância do seguro de vida – essa apólice vai garantir a manutenção da renda familiar por um período em caso de morte prematura do segurado. Há pouco mais de uma década, esse tipo de proteção não tinha relevância para os segurados ou para os negócios das seguradoras. “A apólice de seguro de vida de R$ 100 mil, com a inflação a 30% ao mês, não tinha significado nenhum. Hoje é bem diferente. O consumidor de seguro de vida vê neste gasto um investimento e o valor é preservado em função da baixa inflação, mesmo considerando 6% ao ano”, diz Acácio Queiroz, presidente da Chubb Seguros do Brasil. Os seguros de vida crescem, atualmente, na casa de dois dígitos e chegaram a R$ 12,8 bilhões de faturamento.

O segurado, mesmo o de menor renda, olha para o longo prazo e se vê economicamente protegido. Essa possibilidade de planejamento financeiro ajuda na construção do patrimônio. A previdência privada, por exemplo, tornou-se um dos mais poderosos instrumentos de transferência de renda. Pais pensam na faculdade dos filhos e começam a poupar desde cedo. Quando o filho completa 18 anos e entra em idade universitária, ele pode escolher entre utilizar o dinheiro para os estudos ou continuar guardando para o futuro. “O seguro massificado possibilitou que com R$ 100 por mês os pais olhem para o futuro dos filhos com 12 ou 15 anos na frente”, afirma Rubens Nogueira, presidente da Classic Corretora de Seguros, empresa que faz parte do pool de 33 corretoras da Brasil Insurance. Não é por outro motivo que a previdência privada é o tipo de seguro que mais cresce no País, chegando a mais de R$ 42,8 bilhões de receita.

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Essa nova fase da indústria seguradora foi favorecida pela ascensão de classes sociais nos últimos anos. Aproximadamente 40 milhões de pessoas chegaram à Classe C, ou seja, uma população da Espanha entrou no mercado de consumo com o aumento real da renda. Mas antes da previdência privada ou do seguro de vida, os automóveis são o ponto de parada inicial dessas pessoas, o que fez a proteção contra roubo ou colisão crescer 65,4% em cinco anos para R$ 20 bilhões. É esse comportamento que impulsionou a frota de São Paulo a ultrapassar os sete milhões de veículos neste ano. São 630 carros para cada mil habitantes, quase o dobro de Tóquio (395 por mil moradores). Com as ruas mais apertadas e a pressa da cidade grande, sentir-se protegido é uma obrigação para o bolso.

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