Uma sombra para Mano Menezes
O brasileiro Leonardo mostra serviço à frente da Internazionale de Milão e se torna opção de fato para o comando da Seleção Brasileira
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247 - Ele ainda não ganhou nada, rigorosamente nada, até porque abraçou seu novo ofício faz pouco tempo. Não há como negar, no entanto, que o técnico brasileiro Leonardo Nascimento de Araújo está mostrando serviço à frente da Internazionale de Milão esse candidatando, a curto ou médio prazo, para o posto de treinador da Seleção Brasileira. Depois que, em meados do ano passado, o português José Mourinho trocou a Itália pela Espanha – deixando como legado um pentacampeonato italiano e uma Liga dos Campeões –, a equipe desandou sob o comando do espanhol Rafa Benítez, que perdeu o cargo apesar da vitória sobre o Mazembe, do Congo, na final do último Mundial Interclubes. O ex-lateral e esquerdo e armador do time canarinho nas Copas de 1994 e 98 assumiu o cargo e, apesar das previsões sombrias de alguns comentaristas, passou longe, muito longe, da condição de quebra-galho. A aposta da Inter deu certo. O brasileiro pegou o time em sétimo na tabela do Campeonato Italiano e classificado para as oitavas de final da Liga dos Campeões como segundo colocado em seu grupo. Treze rodadas depois, Leonardo cravava um recorde no calcio na era dos três pontos: obteve 33 dos 39 pontos disputados. Superou por um a marca do italiano Fabio Capello, hoje técnico da Inglaterra, que conquistou 32 nos 13 primeiros prélios da Juventus na temporada 2004/2004. Resultado: os nerazzurr i estão em segundo na tabela, a 6 pontos do arquirrival Milan, e seguem sonhando com o inédito hexacampeonato nacional. Na Liga dos Campeões, a Inter também renasceu. Na primeira fase, se classificou raspando, após derrotas por 3 a 1, para o Tottenham, e 3 a 0, diante do Werder Bremen, além de um empate em 2 a 2 com o Twente, da Holanda. A má campanha teve sequência na primeira partida pelas oitavas, em Milão, diante do Bayern de Munique, derrotado pela esquadra milanesa na final da Liga dos Campeões 2009-2010. Em 23 de fevereiro, os alemães voltaram para casa com uma vitória por 2 a 1 e confiantes de que a vingança seria consumada nesta terça-feira, em seus domínios. Deu tudo errado: a Inter saiu na frente, com um gol do camaronês Eto'o, levou a virada, empatou no segundo tempo, com o macedônio Pandev, e liquidou a fatura aos 42 do tempo final, novamente com Pandev. Logo após o Mundial da África do Sul, no ano passado, o jovem treinador, de apenas 41 anos (5 de setembro de 1969), foi cotado para a sucessão de Dunga no time canarinho. Perdeu a corrida para Muricy Ramalho, que acabou recusando o convite da CBF, e Mano Menezes, efetivado no cargo, por conta, principalmente, de sua inexperiência e da ausência de títulos no currículo. O argumento, de fato, procedia, mas Leonardo, em sua estreia no banco, alcançou um feito no Campeonato Italiano 2009/2010 ao levar um envelhecido Milan ao terceiro posto, garantindo assim vaga na Liga dos Campeões. Ainda faltam conquistas no histórico do treinador, que tem pinta de galã da novela das oito, mas já está comprovadoque ele sabe tirar equipes das cordas e lançá-las ao ataque. Se os títulos surgirem no curto prazo, seu nome será, com certeza, mais e mais lembrado para Seleção Brasileira. Especialmente se Mano Menezes, hoje no posto, continuar colhendo derrotas em clássicos internacionais – como ocorreu, nos últimos meses, diante da Argentina e França – e naufragar na Copa América, em julho deste ano, na Argentina.
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