Tenha no cartão de crédito um aliado

Em poca de muitas compras, saiba como usar esta forma de pagamento (e sua vantagens) a seu favor



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Luciane Macedo _247 - O cartão de crédito é uma das formas de pagamento preferidas entre os brasileiros e seu uso é cada vez mais difundido entre todas as classes. Mas esse hábito tão prático de pagar as compras com o dinheiro de plástico ainda requer aprendizado e disciplina da maioria dos consumidores, mostra uma pesquisa da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

De acordo com a pesquisa, o cartão de crédito lidera como o causador de dívidas entre 69,2% das famílias paulistanas entrevistadas. A pesquisa mostra ainda que essa falta de disciplina no uso não é uma questão de classe social: o cartão foi apontado como principal motivo de dívidas entre 69,7% das famílias que ganham até dez salários mínimos e de 66,1% das que têm renda superior.

Ricardo Pereira, especialista em finanças pessoais pela Fundação Getúlio Vargas e consultor do programa de educação financeira Consumidor Consciente, lembra que não é o meio, em si, o responsável pelo endividamento, mas, sim, seu uso sem planejamento ou disciplina. E especialmente em épocas de muitas compras, como estes meses até o Natal e o Ano Novo, torna-se ainda mais fundamental saber como fazer do cartão de crédito um aliado.

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"O cartão é o meio de crédito mais fácil e disponível ao consumidor, isso explica porque muitos se atrapalham com o uso", comenta Pereira. "É um facilitador do consumo, mas o fundamental é que as compras sejam feitas com planejamento". Planejar os gastos de acordo com as possibilidades do orçamento é um consenso entre todos os especialistas. "Não é porque o consumidor tem disponível o cartão que pode sair gastando", adverte Pereira.

Segundo o consultor, não ter o dinheiro para pagar a fatura quando ela chega é um dos principais equívocos de muitos consumidores, que usam o crédito fácil e disponível do cartão como se fosse, na expressão de Pereira, "dinheiro de graça". O consultor orienta que se pague as compras no cartão, à vista, sempre que possível, o que inclusive pode garantir um desconto, ao invés de parcelar o valor em muitas vezes. "Não se pode querer financiar os sonhos com o cartão e cair na roda viva do financiamento", adverte. Segundo Pereira, quanto menos se puder parcelar, melhor, para que a fatura não fique muito cara e o consumidor não caia na tentação de pagar só a parcela mínima, pois os juros do cartão estão entre os mais caros do mercado.

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Para quem já está nessa situação e se endividou com a operadora, Pereira orienta que se faça uma troca de dívidas. Segundo o especialista em finanças pessoais, é mais vantajoso pedir o dinheiro emprestado a um familiar ou mesmo a um banco, que vai oferecer juros mais baixos, para só depois saldar a dívida com a operadora. "Na prática, fazer um empréstimo é trocar uma dúvida cara, a do cartão, por uma mais barata", explica Pereira. "Isso possibilita o pagamento da dívida de uma vez, à vista, e vale negociar com a operadora nessa ocasião, pedir um desconto".

Adotar uma postura ativa com a vida financeira, ou seja, estar no controle, é outro ponto de acordo entre os especialistas em finanças pessoais. "Para que as despesas não ultrapassem o orçamento, o limite do cartão deve ser sempre compatível com a renda, nunca superior", orienta o consultor. A posse de mais de um cartão também deve seguir, de preferência, a mesma regra de compatibilidade, sob risco de se gastar demais e não poder pagar depois. "Fica mais complicado planejar as despesas dentro do orçamento familiar com vários cartões", diz Pereira. O consumidor também deve prestar atenção à data de vencimento do cartão, que nunca deve ser muito distante da data do recebimento do salário. "Se a pessoa recebe no fim do mês, o cartão não pode vencer no dia 10", orienta o consultor.

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"O brasileiro está aprendendo a usar o cartão de crédito e, às vezes, só aprende errando", reconhece Pereira. "É importante lembrar que o cartão não é uma despesa, é uma forma de pagamento", assinala. "Considerar o cartão como despesa é mascarar os gastos".

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