São Paulo de Lucas quer ser o Barcelona
Como os espanhis, time paulista utiliza em mdia oito jogadores pratas da casa e conquista invencibilidade indita no Campeonato Brasileiro
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Por Márcio Kroehn_247 – Cinco jogos e cinco vitórias nas cinco primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Com essa sequencia de resultados, o São Paulo bateu o recorde de invencibilidade no torneio nacional nesta fase de pontos corridos, que começou em 2003. O resultado é ainda mais comemorado pela alta cúpula são paulina pelas condições atuais da equipe. Em média, o técnico Paulo Cesar Carpegiani utilizou oito jogadores desenvolvidos nas categorias de base em cada uma dessas partidas. O número é um marco para o tricolor paulista, que mira o exemplo do Barcelona ao valorizar os atletas formados dentro do próprio clube.
Para conquistar a Champions League desta temporada, o Barça entrou no estádio Wembley com oito jogadores formados na Ciudad Deportiva, o CT da equipe catalã, enquanto o Manchester United só tinha o veterano Ryan Giggs, de 37 anos. Do elenco espanhol, 21 dos 31 atletas inscritos na última temporada vieram da base. Com isso, o clube economiza em contratações – gastou apenas um sexto do montante de R$ 600 milhões desembolsado pelo seu principal rival Real Madrid em 2010 – e consegue um importante aumento de receitas. Em oito anos, o Barcelona incrementou seus ganhos em 221% para 236,4 milhões de euros (aproximadamente R$ 615 milhões). “O presidente Joan Laporta iniciou em 2003 um trabalho de valorização do departamento de futebol que gerou aumento de receita para o clube”, diz Amir Somoggi, diretor da área de esporte da consultoria BDO RCS.
O São Paulo quer seguir o mesmo caminho. Antes do início do Campeonato Brasileiro, o clube economizou quase R$ 1 milhão mensais em salários com a dispensa de quatro medalhões: o lateral Junior Cesar, o zagueiro Alex Silva, o meio-campo Cléber Santana e o atacante Fernandão. O time ficou mais jovem e mais barato. Neste ano, oito garotos foram promovidos do CT de Cotia para o elenco profissional. Ao todo, 16 jogadores inscritos no Brasileirão vieram das categorias de base. No jogo contra o Ceará, nesse último domingo, nove entraram em campo: Jean, Luiz Eduardo, Bruno Uvini, Juan, Wellington, Casemiro, Lucas e Henrique são as novas caras da equipe, além do goleiro Rogério Ceni. “Queríamos essa mudança desde 2008 porque sabíamos a qualidade desses meninos. Aquele time tricampeão brasileiro precisava de renovação, mas não deu certo”, diz o vice-presidente do clube, Júlio Casares.
Desde 2008, o tricolor não utilizava tantos pratas da casa. Naquele ano, o técnico Muricy Ramalho colocou oito novatos pela Copa SulAmericana, um torneio quase preparatório e de segunda linha para as grandes equipes brasileiras. Agora, o que mais surpreende é a importância do campeonato e a boa sequencia da garotada, que é vista com cautela pelos dirigentes. “A sequencia será de altos e baixos”, pondera Casares. Para os próximos jogos, Lucas, o mais promissor entre os novatos, estará com a seleção brasileira na Copa América, enquanto Bruno Uvini, Casemiro e os atacantes Willian José e Henrique vão disputar o Mundial sub-20. Será o momento de o torcedor medir o tamanho da dependência desses novatos para o clube conseguir os bons resultados. E, quem sabe, sonhar em ser o Barcelona.
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