Ricardo XXII

O presidente da CBF fez o desafio. Vai topar?



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Vinte e dois anos de Confederação Brasileira de Futebol. E com corpinho de 20. Você não gosta de Ricardo Teixeira, eu sei, mas é preciso reconhecer que o cara é um belo de um personagem. O mais shakesperiano dos vilões do futebol brasileiro, eu diria — e sua recente entrevista à revista Piauí está aí para comprovar. Entre uma cena e outra de seu espetáculo particular, Teixeira virou para a plateia e explicou seus planos (vai fazer as maldades que quiser em 2014) para, logo depois, emulando Ricardo III, dizer “dive, thoughts, down to my soul”, e ver seus pensamentos espúrios mergulharem dentro da própria alma.

Ricardo Teixeira é o grande remanescente de uma época de ouro (de tolo) da cartolagem brasileira. Quer dizer, onde foram parar os já saudosos Eurico Miranda e Alberto Dualib? Dos herdeiros diretos de João Havelange não sobrou quase ninguém. O Caixa D’Água Eduardo Vianna nos deixou em 2006; Mustafá Contursi hiberna nos bastidores do Palestra Itália. E não me venham falar em Zezé Perrella, Andres Sanchez ou Juvenal Juvêncio. Não é a mesma coisa.

É preciso pelo menos ser mais explícito. Isso de tirar doce, ou melhor, empréstimo do BNDES pra construir estádio já virou coisa de amador. Cadê o dedo no olho? Não se leva nem mais a renda dos jogos pra casa. Convenhamos, falta romantismo a essa nova geração de cartolas, e esse tipo de coisa não se adquire com o tempo. É preciso vocação.

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É essa falta de rivais à altura que perpetua o reinado magnânimo de Ricardo Teixeira. E se isso é indiscutivelmente péssimo para o futebol brasileiro, também tem seu lado bom. Ao se estabelecer como o polo maléfico do esporte bretão, o presidente da CBF nos serve de referência, ainda que invertida. Precisamos de parâmetros, certo?

Teixeira nos fez o favor de simplificar as coisas, definiu de forma bem clara a distância entre o certo e o errado no futebol e, enquanto extremo declarado da maldade, se expôs como alvo principal ou, na linguagem do campo, chamou o jogo pra si. Diante do desafio, eu te pergunto: vai ficar só assistindo à encenação da tragédia?

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