Popó Freitas conta como o esporte transformou sua vida
Prestes a completar 36 anos, Popó se considera um verdadeiro campeão e diz que através do boxe conseguiu tudo, até se eleger deputado federal (PRB-BA); leia a íntegra do Bahia 247
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Rebeca Bastos_Bahia247
Prestes a completar 36 anos de idade (no próximo dia 21) Acelino Freitas, ou simplesmente Popó, se considera um verdadeiro campeão e diz que através do boxe conseguiu tudo, até se eleger deputado federal (PRB-BA). Treinando para realizar uma luta de despedida do boxe, a pedido do filho caçula, Popozinho, o parlamentar encabeça a comissão de esportes da Câmara e tenta a aprovação de um PL que regulamenta o MMA como esporte. Otimista, acha que dará tempo de construir tudo o que foi previsto até a Copa de 2014.
Bahia247 - E sua volta aos ringues, como vem sendo encarada? Foi um pedido de seu filho, né?
Acelino Popó - Sim, foi um pedido de Popozinho (Acelino Popó Guimarães Freitas) meu filho de seis anos, que tem muita curiosidade de me ver lutando. Daí, estou me preparando já há dois meses, todos os dias treino cerca de quatro horas e já perdi 10 kg nesta brincadeira. Aliás, o ritmo está tão legal, que meu treinador, Ulisses Pereira, está me incentivando a lutar profissionalmente novamente com argumento de que agora estou mais maduro e concentrado e disse até para eu desafiar algum campeão da categoria (risos). Mas já disse a ele que isso já passou e que agora estou em outra fase da minha vida e buscando outras alternativas. Sempre estou em busca de coisas novas, por exemplo, na adolescência não estudei, parei na quarta série do primário, mas corri atrás, fiz supletivo e passei no vestibular de direito da FBB (Faculdade Batista Brasileira). Tive que parar o curso por causa da campanha e depois por causa da rotina na Câmara. Tive que dar um tempo para aprender o que é uma comissão, como fazer um projeto, essas coisas. Mas, no próximo semestre, retomo o meu curso, porque gosto muito de direito, sempre gostei de debater ideias. Gosto principalmente da área de família não só por causa própria (Popó tem seis filhos e paga pensão para todos), mas porque gosto desta mediação de conflitos.
247 - E como está a vida como deputado?
AP - Os meus primeiros meses como deputado federal não estão sendo tão difíceis como pensei, logo me encaixei na comissão de esportes da Câmara, que hoje é uma das comissões mais procuradas da Câmara por causa da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Hoje só se fala nisso, mas sempre tive ligação com a bandeira, tanto que sou presidente nacional do esporte no meu partido e titular da comissão de esporte.
247 - Por falar em esportes, o senhor acha que vai dar tempo de construir todas as obras previstas em Salvador? A mil dias da Copa ainda tem muita coisa parada...
AP - Para responder a esta pergunta, lembro do caso da África do Sul, que é um país parecido com o Brasil em termos de desenvolvimento e o evento de lá foi um sucesso. E aqui não vai ser diferente, independente dos atrasos acho que todos os estados vão se esforçar para receber bem a Copa. Lógico que acho que vamos ter alguns problemas, primeiro porque Salvador não foi projetada para isso, tem que passar por uma série de ajustes e adequações no transporte e no Aeroporto principalmente.
'Salvador tem que passar por uma série de ajustes e adequações no transporte e no aeroporto principalmente'
247 - E quais são os seus projetos na Câmara?
AP - O principal deles é a regulamentação do MMA (Artes Marciais Mistas- uma prática esportiva que vem do vale-tudo) como esporte. A partir daí, várias outras vantagens vão estar disponíveis para o atleta desta modalidade, que poderá ficar mais protegido e ter bolsa atleta, por exemplo. Outra vantagem para a categoria seria a criação de um conselho federal e outros regionais de Artes Marciais Mistas. Também é previsto a criação do dia nacional do esporte que será comemorado em 30 de setembro. Este esporte vem mudando a vida de muita gente como Anderson Silva, o Minotauro e o Cigano. Ainda tenho mais dois projetos: um para conceder a isenção de taxas a atletas em concursos públicos e o outro obriga a confederação a realizar exames físicos e neurológicos a atletas que sofrem três nocautes seguidos para saber se ele realmente está apto à prática do esporte.
247 - E como foi mesmo a história lá com o CQC, em que você disse que São Paulo foi a primeira capital do país?
AP - Não, aquilo ali é brincadeira dos caras, falei certo, disse que foi na Bahia (querendo dizer Salvador) mas eles ficam desestabilizando a pessoa (risos). Na edição cortaram a resposta anterior e ficaram só com a de São Paulo. Aliás, fizeram a mesma coisa quando perguntaram meu time, sou Vitória, mas em São Paulo gosto mais do São Paulo e aí colocaram que não torço para nenhum time baiano. Deu uma confusão, a galera do Vitória ficou retada! Mas foi só brincadeira.
247 - Você sempre foi muito ligado à família, teve uma infância muito pobre com seus irmãos, como é o relacionamento com sua família hoje, é próximo?
AP - Tenho um relacionamento muito bom com a minha família. Procuro acompanhar os meus filhos de perto. Brinco com eles e converso muito, tento ser amigo e pai ao mesmo tempo. E com minha mãe e meus irmãos é a mesma coisa. Aliás, a coisa que mais me emociona na vida é o sentimento com minha família. Sempre me pego chorando com falta de meu pai (Nijalma Freitas que faleceu em 2001, vítima de um câncer) e com saudades de uma convivência diária com meus filhos. Estou numa fase muita agitada na minha vida e tenho que conciliar várias funções diferentes, Câmara, treinamento, família, negócios é uma rotina cansativa que às vezes me obriga a ficar mais distante.
247 - E o Holyfield é seu amigo, você foi visitá-lo?
AP - Tenho a maior admiração pelo Holyfield e por tudo que ele representa para o boxe baiano, foi um dos caras que abriram caminho para os outros. Foi uma honra para mim, como atleta visitá-lo no hospital (Holyfield está internado desde o dia 08 de setembro quando sofreu queimaduras em 30% do corpo após salvar dois sobrinhos de incêndio). Mas ele também ficou super emocionado com a visita. Inclusive no que ele precisar pode contar com a minha ajuda, pois estamos aqui para isso. Porque o que a gente ajuda não precisa ficar saindo por aí divulgando.
247 - Você tem um projeto social, né?
AP - É, em 2006 criei o Instituto Acelino Popó Freitas (IAPF), que atende dezenas de crianças e adolescentes do bairro de Arraial do Retiro. Lá, elas podem praticar esportes além de ter um suporte de assistência social. Assim como o esporte mudou a minha vida, pode mudar a de muita gente. Só recomendo aos que estão começando paciência, meu primeiro título só veio após nove anos de tentativas.
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