Panamericano pagou dívida de campanha do PT
Ex-diretores fizeram doaes expressivas aps eleio de 2006. Socorrido, o Panamericano, comando por Rafael Palladino, evitou o bloqueio dos bens de Silvio Santos; PF investiga relaes de executivos do banco no governo
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247 – Aqui se faz, aqui se paga. Ou, aqui se faz, aqui se recebe. Reportagem da Folha de S. Paulo, deste domingo, revela que o banco Panamericano, criado por Silvio Santos, e assumido pelo BTG Pactual, do financista André Esteves, ajudou a pagar dívidas de campanha da reeleição do presidente Lula, em 2006.
O texto aponta que o PanAmericano doou R$ 500 mil para a campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, e usou empresas de dirigentes da instituição financeira para disfarçar a origem das contribuições. Dois dos sete ex-dirigentes do PanAmericano que doaram para o PT nas eleições de 2006 disseram que fizeram as contribuições em caráter pessoal, e não como representantes do banco. São os ex-diretores Luiz Augusto Carvalho e Mauricio Bonafonte.
Por diversas vezes, o Panamericano recebeu ajuda do governo Lula. Primeiro, o banco recebeu um aporte da Caixa Econômica Federal, de R$ 750 milhões por 49% da instituição, quando enfrentava dificuldades financeiras. Depois, quando quebrou apresentando rombo de R$ 3,4 bilhões, o governo pressionou para que fosse montada a operação de transferência do Panamericano para o BTG, sem que os antigos controladores tivessem bens bloqueados – no Proer, criado durante o governo FHC, os bancos eram preservados, mas os banqueiros perdiam todo o patrimônio. Além disso, o BTG levou um Panamericano limpo e sem dívidas, sem praticamente colocar a mão no bolso.
Relações perigosas
A investigação da Polícia Federal sobre a quebra do Panamericano tem revelado relações próximas e perigosas entre ex-dirigentes do banco e personagens influentes do governo petista. Nos emails apreendidos, o ex-ministro Luiz Gushiken é citado com frequência por Rafael Palladino, ex-presidente do banco de Sílvio Santos. Outro nome próximo ao Panamericano era o do vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcio Percival, que é muito ligado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Dívidas de campanha do PT estão na origem dos maiores escândalos da República. Em 2003, os bancos Rural e BMG, de Minas Gerais, foram procurados para ajudar a quitar uma dívida de R$ 70 milhões do partido. Assim, nasceu o Mensalão. Em 2006, ao que tudo indica, o banco amigo foi o Panamericano.
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