Ouro desponta como melhor investimento
Metal valorizou quase 30% desde agosto de 2010, quatro vezes mais que a poupana
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Luciane Macedo _247 -- Crise nas economias americana e européia, moedas desvalorizadas, baixa do dólar, incertezas de mercado e oscilações na Bolsa de Valores. Cenário ideal para valorizar um dos investimentos mais antigos e seguros que existem: o ouro. Embora tenha deixado de ser usado como lastro para a moeda americana na década de 1970, o ouro não saiu de cena. A commodity é negociada diariamente na Bolsa de Valores de São Paulo, única que o faz no mercado físico. E as operações de compra e venda têm sido tão boas que o ouro foi o investimento que mais valorizou nos últimos 12 meses se comparado à própria Bolsa, à poupança, ao dólar e ao CDI usado como referência para o CDB. A valorização do ouro foi de 28,79% entre 31 de agosto de 2010 e de 2011. No mesmo período, a poupança rendeu quase quatro vezes menos, Ibovespa e dólar acumularam baixas expressivas e o CDI registrou desempenho de 11,37%. (Veja gráfico). Enquanto não houver sinais de recuperação internacional e o temor de assumir riscos por parte dos investidores prevalecer, os fãs do precioso metal têm motivos de sobra para comemorar. Sim, o momento continua bom para investir em ouro, mas não sem precauções, lembram especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro. Afinal, o ouro é um ativo no mercado de renda variável como outro qualquer e vários fatores podem influenciar sua cotação no mercado.
Segundo operadores que negociam o metal na BM&F, em momentos de aversão maior ao risco, como estamos vivendo agora, recorre-se a um ativo líquido como o ouro, que tem lastro e é uma reserva de "valor real". Naturalmente, investir em ações torna-se menos atrativo. Por outro lado, se o cenário melhorar, advertem especialistas, os investidores mais arrojados logo tendem a trocar o ouro por ações, contribuindo para baixar a cotação da commodity. Algumas corretoras advertem os potenciais novos investidores nesse mercado que, como metal precioso, o ouro não tem rentabilidade fixa ou garantida. Mas para quem pretende investir em longo prazo e com rentabilidade, o ouro pode ser, de todas as apostas, uma das mais seguras, já que as melhores oportunidades ocorrem justamente nos momentos de crise. O grama tem sido negociado, atualmente, por algo em torno de R$ 96 na Bolsa de Valores de São Paulo.
A tributação é de 15% de imposto de renda sobre o lucro líquido. Mas rendimentos mensais inferiores a R$ 20 mil ficam isentos. Para comprar e vender ouro na Bolsa de Valores de São Paulo, será necessário contratar os serviços de um agente de custódia ou corretora, pagando suas respectivas taxas. As duas modalidades principais de contratos negociados pelas corretoras no mercado do ouro são o de 250 gramas e o de 10 gramas. Os valores brutos do investimento são, respectivamente, de R$ 25 mil e R$ 1 mil. Se lhe parece muito pra começar, também existe um lote padrão de 0,225g na BM&F.
Segundo o Conselho Mundial do Ouro, todo o metal dourado extraído ao longo da história da humanidade equivaleria a 153 mil toneladas. As reservas restantes estariam situadas entre 50 mil e 60 mil toneladas. Com uma produção anual em torno de 2.900 ton/ano, não haveria mais ouro para se extrair da natureza dentro de 12 ou 15 anos. Outro bom motivo para investir: um cenário de escassez.
O ouro é um ativo livre de controle governamental, cujo preço não sofre interferência política. É um porto seguro em tempos de crise e, ao mesmo tempo, um investimento com alta liquidez no mercado internacional. Segundo especialistas, poucos investimentos são tão livres de penalizações, intervenções ou amarras como o ouro.
Apesar da alta rentabilidade do ouro nos últimos 12 meses, especialistas recomendam cautela e, como medida de segurança quando se é novato em uma modalidade de investimento, é sempre bom procurar diversificar a carteira. Desta maneira, se não se obtém grandes ganhos com um determinado ativo, também há menos risco para grandes perdas. Tendo em vista seus objetivos e a rentabilidade do precioso metal, é hora de contemplar suas opções.
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