O amor pelo "mais querido"

Esta nem os santos entendem. Mesmo na Srie D do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz teve a maior mdia de pblico em todas as sries do certame e garantiu mais de 50% da renda da srie D. S mesmo a paixo ao time explica tamanha devoo

O amor pelo "mais querido"
O amor pelo "mais querido" (Foto: Andréa Rêgo Barros)


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Raphael Coutinho_247 – O Santa Cruz Futebol Clube é um fenômeno, mesmo figurando na Série D do Campeonato Brasileiro. A torcida do “mais querido” como é conhecido entre a torcida, garantiu a maior média de público entre todas as séries da competição. Com 31.837 mil torcedores de média nos jogos realizados no estádio do Arruda, a torcida tricolor supera Corinthians (26.029) e Flamengo (17.019), times considerados os de maiores torcidas no país. Esta paixão pelo tricolor do Arruda, que tem como símbolo a cobra coral, foi responsável por mais de 50% de toda a renda contabilizada na Série D. Além disto, o “santinha” também ajudou que a série em que figura obtivesse uma arrecadação maior que a da Série C.

Esta paixão não é entendida nem mesmo pelo próprio clube. Segundo pesquisas realizadas pelo Santa Cruz, o número de torcedores aumentou nos últimos seis anos, período em que o time amargou seus piores momentos. “O Santa é realmente uma religião. Essa devoção é que nos faz seguir o time em vários lugares e fazer algumas loucuras”, contou, por telefone, o torcedor Pedro Renam, que incorpora o personagem Jesus Tricolor e estava em Rondonópolis, a 215 quilômetros de Cuiabá, para acompanhar o último jogo do time. Ele contou que saiu do Recife na quinta-feira (27) sem avisar a quase ninguém.

“Eu não avisei no trabalho e só vou voltar na quarta (02). Outras pessoas aqui fizeram a mesma coisa, inclusive arrumando briga com a própria família”, continuou o rapaz, que é estagiário em uma empresa no Porto de Suape. As viagens para acompanhar o time nos jogos fora só foram possíveis, segundo o próprio Pedro, a partir de parcerias que entre torcidas aliadas. “Ficamos em uma subsede de uma torcida do Palmeiras em Cuiabá e hoje (domingo) é que viemos aqui para Rondonópolis”, concluiu.

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Outro apaixonado pelo tricolor é o tatuador Felipe Pereira. Ele acompanha o time há muito tempo e não perde nenhum jogo no Arruda. Este ano, ele seguiu o Santa Cruz em vários jogos pelo país. “Fui para São Paulo em um jogo pela Copa do Brasil. Na Série D, também fui para bastante jogos, principalmente os que foram aqui no Nordeste. Só não fui para Cuiabá porque o bolso não deixou”, destacou. O torcedor também sente este aumento da paixão pelo time após os frequentes anos de quedas de divisões no campeonato brasileiro.

Este paixão entre a torcida e o Santa Cruz vem se tornando tema para alguns estudos realizados em diversas áreas. Tanto amor, segundo o psicólogo Miguel Gomes, pode estar ligado a identificação das pessoas com a situação do clube. “É como se os torcedores reconhecessem nas dificuldades do Santa Cruz as próprias dificuldades e a possibilidade de superá-las. Ocorre uma identificação com o clube, com a péssima situação dele, porque não podemos reconhecer perante a sociedade, e a nós mesmos, as nossas dificuldades”, disse. “Eles vivem intensamente a dor do Santa, para não viverem a da própria vida. No time também encontram a possibilidade de redenção”, lembrou.

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