Número de divórcios no Brasil - Por que não param de subir?



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Não é preciso ser uma pessoa romântica para sonhar com os votos de casamento ditos diante do altar.
O casamento é considerado a base para a instituição de uma família e simboliza mudanças positivas e grandes realizações emocionais e afetivas.

Mas, se o casamento faz parte da construção de sonhos e ideais e constitui algo tão valioso e importante quanto uma família, por que os números de separações e divórcios continuam crescendo de forma tão expressiva?

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Crescimento do número de divórcios no Brasil

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de divórcios no País cresceu 75% em cinco anos e vem aumentando anualmente desde a edição Lei Federal 11.441, em 2007, que passou a permitir a realização de separações e divórcios em cartórios.

Atualmente, cerca de 140.000 casamentos são encerrados no Brasil, por ano. Em 2006, esse número não chegava a 80.000.

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Só no segundo semestre de 2020, foram contabilizados 43,8 mil processos em cartórios brasileiros, um número recorde em relação ao período, de acordo com levantamento do Colégio Notarial do Brasil — Conselho Federal (CNB/CF).

Em julho, mês seguinte à finalização desse semestre histórico, foram 7,4 mil pedidos de divórcios, representando um aumento de 260% sobre a média de meses anteriores e 9% sobre o mesmo mês, de 2019.

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Qual é o maior motivo de divórcios no Brasil?

Segundo diversos blogs de direito de família e sucessões, as principais causas de divórcio não são infidelidade ou traição, como muitos podem acreditar.

A falta de confidencialidade, parceria e as diferentes visões de mundo acabam colocando casais em situações difíceis constantemente e, muitas vezes, a falta de solução dos conflitos acaba se tornando uma bola de neve que faz o casal se desconhecer a acabar optando pela separação, ou pelo divórcio.

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Mudanças na área profissional também são apontadas frequentemente como pivô do término das relações.

Mudanças profissionais e os impactos na vida dos casais

Muitas vezes, quando o casamento inicia, ambos trabalham fora de casa e passam grande parte do dia distantes, o que gera oportunidade de reencontro diário, contagem de fatos e histórias da rotina, além da curiosidade que ambos podem ter sobre a vida do outro.

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Ao longo da relação, porém, não é incomum que um dos membros do casal atravesse um período de desemprego ou que passe a trabalhar em casa, principalmente se for um profissional digital, atuante em áreas de marketing, SEO, mídias sociais, desenvolvimento de sites e outras profissões deste nicho.

Esse tipo de mudança pode fazer com que o parceiro que trabalha fora sinta que está sendo mais responsável pelas contas e despesas da casa e também com que, quem está fazendo Home Office ou passando por um período de desemprego se sinta obrigado a se responsabilizar por todas as atividades domésticas.

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O fato é que, de modo geral, mudanças são difíceis. E dentro de um casamento, ambos precisam estar preparados para vivenciar o processo de transição das fases, ciclos e momentos profissionais, de saúde e familiares, que não envolvem apenas os cônjuges, mas também, a família de ambos.

Filhos de outros casamentos são apontados como motivo de divórcio

Casar com uma pessoa que já possui filhos de outras relações é uma decisão que não deve ser tomada sem muita análise.

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Muitos casamentos chegam ao fim sob as acusações de que o filho do parceiro não trata o novo cônjuge do pai ou da mãe com o devido respeito, além do fato de que muitas pessoas se incomodam com a presença ou o relacionamento dos seus pares com seus relacionamentos anteriores, o que muitas vezes é necessário e até recomendável quando há filhos.

Quem opta por se casar com uma pessoa que possui filhos deve ter em mente que jamais poderá entrar em uma competição por atenção ou dedicação, por exemplo.

As relações são diferentes e possuem espaços distintos na vida de cada indivíduo.

Questões como essas podem ser levadas à terapia antes mesmo do casamento e, se for o caso, durante o matrimônio.

Quando situações desse tipo não são tratadas e solucionadas podem levar o casal ao divórcio.

Impacto da pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19 também foi apontada como o pontapé inicial para a separação de diversos casais.

Segundo a advogada Tathyanna Monteiro "Os casais têm relatado que as incompatibilidades ficaram mais evidentes nesse período de isolamento social, em relação a estresse cotidiano, divisão de tarefas, ajuda para cuidar dos filhos. Mesmo juntas em suas casas, algumas pessoas disseram se sentir mais sozinhas, inclusive. Pessoas que levariam o casamento por mais tempo, com a pandemia, decidiram tomar uma atitude e sentiram uma necessidade de resolução".

O desgaste gerado pelo “excesso de convivência” não planejado é um dos fatores que faz com que muitos casais decidam pelo término da relação.

"Um divórcio não vem da noite pro dia, mas a gente acredita que a pandemia pode ter contribuído, tendo em vista essa questão do confinamento. O casal acaba tendo que ficar muito tempo junto. Aqui, dificilmente as partes querem tocar no assunto. É mais comum as pessoas nos procurarem para tirar dúvidas sobre o ato eletrônico, porque facilita não ter contato com a outra pessoa", afirma Alex Pereira, tabelião substituto do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro.

Considerações finais

Compreende-se que o número de divórcios não tem subido apenas em virtude da falta de resiliência dos casais em relação aos problemas do casamento.

O maior acesso das mulheres ao mercado de trabalho e a diminuição da dependência econômica faz com que menos pessoas se sintam obrigadas a aceitar viver em um casamento infeliz.

Além disso, a facilitação do acesso à justiça através de consultorias de advogados fornecidas em parceria com prefeituras e Estados também faz com que aumentem as condições de encerrar um casamento que já não está de acordo com a vontade do casal.

Mudanças na legislação também facilitaram o processo de separação e fizeram com que as pessoas tivessem maior capacidade de atendimento às suas próprias vontades, podendo, em alguns casos, se separar rapidamente, através de um processo simplificado.

O que você pensa sobre tudo isso?

Mas tenho uma boa notícia para você! O divórcio não é o fim! Se até data para comemorar existe, acredite, não é o fim mesmo! É um recomeço repleto de novas possibilidades!

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