No cheque e no cartão de crédito, previna-se

Responsabilidade pela segurana dos dados dos clientes das instituies financeiras, mas consumidor pode adotar medidas simples para evitar fraudes



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Luciane Macedo _247 - Débitos de cheques que você nunca emitiu aparecendo no extrato da sua conta bancária. Cobranças por compras que você nunca realizou constando da fatura do seu cartão de crédito. Quem nunca passou por uma dessas situações? Mesmo com o aperfeiçoamento da segurança por parte das instituições financeiras, que investem continuamente em tecnologia na tentativa de impedir as fraudes com cheque e cartão de crédito, dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) mostram que elas são cada vez mais comuns.

Só no primeiro semestre deste ano, o prejuízo com fraudes bancárias realizadas por meio eletrônico chegou a R$ 685 milhões, registrando um aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2010. Naquele ano, a clonagem e falsificação de cheques foi responsável por uma perda estimada em R$ 1,2 bilhão para o comércio, um prejuízo astronômico se comparado ao dos bancos, de R$ 283 milhões.

Para o consumidor que é vítima dessas fraudes, além da perda financeira, o prejuízo pode ser ainda maior: para evitar novas dores de cabeça, muitos decidem banir o uso do cheque e do cartão de crédito. Mas seria necessário ir tão longe? Ambas as formas de pagamento continuam amplamente utilizadas e, não raro, apenas uma delas é oferecida ao consumidor para compras a prazo. Muitos estabelecimentos comerciais preferem a segurança eletrônica do cartão e só operam com esta forma de parcelamento. Outros só aceitam o pagamento a prazo no cheque, preferindo não operar com cartões de crédito. Portanto, tanto o cheque quanto o cartão de crédito ampliam o poder de compra.

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Embora ninguém esteja livre de ser alvo dos fraudadores, o próprio consumidor pode tomar a iniciativa e adotar medidas simples de segurança para evitar ter seus cheques ou cartões de crédito usados ilicitamente por terceiros.

"De fraude, é difícil a gente ficar livre", diz o educador financeiro Mauro Calil. "Ela pode acontecer com qualquer um". As pessoas com crédito intacto são alvos preferenciais, o que faz com que o comportamento previdente não seja o bastante para impedir uma fraude. Segundo Calil, a responsabilidade pela segurança dos dados dos clientes é da instituição financeira, e quem tiver cheques ou cartões de crédito clonados deve ser ressarcido. "Existe o bom senso de manter o bom cliente e evitar um processo", diz Calil. "A instituição vai checar o histórico do cliente, que é inocente até prova em contrário". Mas adotar uma postura pró-ativa, tomando a iniciativa de checar sempre sua atividade bancária e manter-se em dia com sua movimentação financeira, pode impedir que uma fraude aconteça ou permitir que o prejuízo seja contido rapidamente.

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Checar o extrato da conta bancária semanalmente e conferir com os valores e datas anotados nos canhotos do talão de cheque é uma medida simples que pode acusar rapidamente se algo está errado. "É a única maneira de saber se um cheque foi clonado", previne Calil. Por dispensar o uso de tecnologia, falsificar um cheque é bem mais fácil que clonar um cartão de crédito. Mesmo assim, o portador pode dificultar uma possível fraude emitindo sempre cheques nominais, riscando a inscrição "ou à sua ordem", cruzando as folhas do talão ao recebê-lo, guardando em local seguro e portando apenas algumas folhas.

Os cheques cruzados não poderão ser sacados, terão de ser depositados, e, em caso de roubo, será mais fácil notificar ao banco quais cheques foram subtraídos. Os cheques nominais deixam de ser endossáveis, só o destinatário original poderá apresentá-lo ao banco, o que dificulta a receptação por fraudadores.

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Andar com as folhas assinadas antecipadamente para ganhar tempo no preenchimento do cheque é prática proibitiva, assim como assinar um cheque em branco e entregá-lo a terceiros. Por mais que se confie na pessoa a quem esse cheque será entregue, familiares, amigos ou funcionários não estão livres de serem roubados.

Com o cartão de crédito, a atenção deve ser redobrada com as compras pela internet, mas também com a segurança do próprio computador. Por mais que se recomende não abrir emails de spam ou clicar em links suspeitos, que cada vez mais se espalham pelas redes sociais e microblogs, a curiosidade do internauta quase sempre leva a melhor. Mas é nesse clique do mouse que o fraudador pode ganhar acesso ao computador da vítima e, daí em diante, a tudo o que ela faz. "Tudo o que instiga a curiosidade, o golpista já sabe", adverte Calil.

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Mesmo quem mantém um antivírus e outros aplicativos de segurança atualizados deve ficar atento aos sites de compras que frequenta. "Prefira as lojas de grande porte ou já estabelecidas e certifique-se de que é um site seguro", indica Calil. Manter uma lista das compras feitas pela internet em separado, especialmente nos sites de compra coletiva, é outra boa iniciativa para prevenir-se da possibilidade de fraudes.

"A pessoa ter atenção ao próprio gasto é fundamental", diz o educador financeiro. "Ela vai perceber rápido caso algo esteja errado". Como as operadoras de cartão de crédito logo entram em contato com o cliente caso uma despesa não se enquadre nos seus padrões de consumo, se o cartão foi clonado online, será mais fácil para o consumidor identificar a possível origem da fraude se ele tiver uma lista atualizada de compras, com o nome das lojas e datas, evitando usar sites não confiáveis em futuras compras. "Ter um cartão de crédito para usar só na internet, com um limite baixo, também é uma boa estratégia", recomenda Calil.

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O mesmo cuidado com os dados pessoais na internet valem, também, para ligações telefônicas. Funcionários de instituições financeiras não estão autorizados a solicitar senhas de clientes pelo telefone. Por mais confiável que uma ligação possa parecer, a medida de prevenção é desconfiar. "É possível que o fraudador saiba tudo sobre você, fazendo com que a ligação pareça legítima", diz Calil.

A orientação, nesses casos, é desconfiar, não passar as informações solicitadas e tomar a iniciativa de ligar (ao seu banco, operadora de cartão de crédito ou outra instituição financeira) para conferir se a ligação original era mesmo verdadeira. Tenha sempre os números do seu banco e operadora à mão, anotados à parte, para que não dependa do talão ou do cartão de crédito para acioná-los se necessário.

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