João Paulo teme por fragmentação governista

Deputado entende que o atual estranhamento entre os partidos do campo governista, motivado pelas pretenses individuais de cada legenda nas eleies do prximo ano, poder afetar a Frente tambm em 2014

João Paulo teme por fragmentação governista
João Paulo teme por fragmentação governista (Foto: Andréa Rêgo Barros)


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Gilberto Prazeres_247 - O acirramento entre os principais partidos que integram a Frente Popular de Pernambuco, que dá sustentação ao governo Eduardo Campos (PSB), é visto como um fator preocupante para o deputado federal João Paulo (PT). O parlamentar avalia que o atual turbilhão interpartidário pode, sem o cuidado devido, levar à fragmentação total do campo governista. “Pode mudar radicalmente o tabuleiro político e levar a Frente a um processo de fragmentação, que vai fragilizar o nosso projeto como um todo”, alerta.

Membro da comissão de acompanhamento eleitoral, instituída pela Executiva do PT nacional, João Paulo indica que participará de todas as discussões do partido, inclusive, nas que contarão com a presença de seu maior desafeto, o prefeito do Recife, João da Costa (PT). “Não existe uma particularidade para cada cidade. Vamos trabalhar com uma visão partidária”, assegurou o deputado.

O deputado tem dito que há quadro muito difícil para o partido em Pernambuco. Quais são essas dificuldades?

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Nós estamos vivendo um quadro de uma eleição, que eu acho que o principal problema, não só para o PT, mas para os partidos que formam a Frente Popular de Pernambuco , são dificuldades que estamos vendo nas composições municipais. Se essas dificuldades não foram bem tratadas, ao longo do processo, numa nova conjuntura política que nós vamos ter, com as definições das escolhas dos nomes dos nossos pré-candidatos, não termos muito cuidado com o resultado eleitoral – o resultado que sairá das urnas -, isso pode mudar radicalmente o tabuleiro político e levar a Frente a um processo de fragmentação, que vai fragilizar o nosso projeto como um todo. O projeto da Frente Popular que governa Pernambuco, podendo ter implicações no cenário nacional, nas eleições de 2014. Eu vejo com muita preocupação a forma como estamos conduzindo as eleições municipais.

E qual seria a saída para evitar essa provável fragmentação da Frente Popular de Pernambuco?

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Acho que pode ser muito através da conversa, na busca pelo entendimento. Através do diálogo, da perspectiva de um entendimento entre a gente. Isso vai ser crucial para um processo de continuidade desse amadurecimento que tivemos aqui, que me levou a prefeito (2000), prefeito reeleito (2004), a fazer o sucessor e levou a vitória de Eduardo Campos a governador (2006), a vitória de Lula (2002), a reeleição de Lula (2006) e a eleição de Dilma (2010).

Mas há uma real vontade dos partidos de conversarem, uma vez que as arestas criadas no período de troca-troca de partidos deram o start nesse atual momento complicado da Frente?

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Acredito que esse momento que nós estamos vivendo é para se ter tranquilidade. Tem que ser um momento, onde as principais lideranças estejam abertas ao diálogo para superar as dificuldades que ocorreram nesse processo de troca-troca de partidos. Superando isso, teremos tudo para a continuidade da unidade da Frente Popular de Pernambuco.

O senhor integra a comissão de acompanha eleitoral do PT, constituída pela Executiva nacional do partido, e recebeu a missão de responder pelo Nordeste. Como se dará a sua atuação?

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Estou conjuntamente com o deputado federal José Guimarães, do PT do Ceará. Estamos fazendo um mapeamento da região. Vamos começar, segundo orientação da comissão nacional, a trabalhar na construção de prioridades. Com visitas, conversas e com a perspectiva de como poderemos contribuir o sucesso das candidaturas do partido. É muito importante o resultado, para o PT, que a gente pode ter nas eleições de 2012.

Sua relação com o prefeito do Recife, João da Costa, é complicada. Os dois estão rompidos. O contato com ele será feito através do senhor ou do deputado José Guimarães?

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A comissão é uma comissão nacional, que tem responsabilidade com o conjunto das cidades. Agora, em todas as cidades do Nordeste, os responsáveis pela comissão – eu e o deputado José Guimarães. Não existe uma particularidade para cada cidade. Vamos trabalhar com uma visão partidária, comandada pelo nosso presidente nacional, Rui Falcão.

Mas o senhor acha que o prefeito João da Costa recebeu bem essa informação de que o senhor será um dos homens responsáveis por conduzir a questão eleitoral no Nordeste, incluindo Recife?

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Até agora, eu não vi nenhum depoimento contrário em nenhum jornal, em nenhuma revista, nem mídia eletrônica.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), ao transferir seu domicílio eleitoral de Petrolina para o Recife, se colocou como pré-candidato a prefeito com um discurso crítico à atual gestão. O senhor concorda com os questionamentos feitos pelo socialista?

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Eu, na verdade, enquanto membro da comissão nacional do PT, entendo que qualquer partido tenha o pleno direito de disputar a hegemonia. Mas, com relação à avaliação da administração, acho que não devo entrar nessa questão.

Muito se comenta que o resultado da eleição de 2012 influenciará no que será obtido em 2014. Como deverá ser essa relação?

Acho que 2012 vai interferir muito no quadro de 2014, com uma nova correlação de forças. Acho que os partidos que tiveram melhor desempenho vão chegar com mais força em 2014. Por isso, é importante que a unidade da Frente se dê como um todo, porque vamos chegar com cada um somando o seu resultado isolado.

O PT tem lançar candidato a governador em 2014?

Acho que, necessariamente, não. O PT não deve decidir sozinho se terá candidato em 2014. Até porque quem está à frente desse processo é o governador Eduardo Campos. Vai caber a ele coordenar isso, como foi no meu caso. A não ser que haja uma ruptura da Frente nas eleições de 2012. Afora isso, o que é normal, o que é natural, o que é aconselhável é que o próprio governador conduza o processo.

Falando no governador, muito se fala do seu provável voo nacional. Como isso é encarado pelo PT nacional e pelos parlamentares Câmara Federal?

 

Nós ainda não paramos para analisar o voo de nenhum candidato. O dele, o do senador Aécio Neves (PSDB)... O que é fundamental agora para o PT é garantir que suas gestões sejam exitosas. É fundamental para o partido que a gente saía da eleição do ano que vem com uma situação muito favorável, ampliando o número de prefeituras, mantendo as prefeituras mais importantes.

A Prefeitura do Recife é considerada estratégica para o PT nacional. Recentemente, o ex-presidente regional do partido Jorge Perez disse que uma candidatura sua era a ideal para a unidade. O senhor quer disputar a prefeitura?

Eu acho importante não entrar nesse processo de discussão, que pode comprometer o resultado final. O que existe é só um sentimento de parte do partido, de parte dos partidos da Frente Popular. Mas ainda não há nenhuma discussão sobre o processo de escolha de candidaturas dentro do partido.

Então, refazendo a pergunta: João Paulo ainda pode fazer muito pelo Recife?

Olhe, João Paulo não pode falar enquanto pessoa, tem que falar enquanto partido. O partido está analisando e, no próximo ano, vai decidir o seu caminho.

 

 

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