Indígenas adotam isolamento rígido há 9 meses e não registram casos de coronavírus
Enquanto Jair Bolsonaro hostiliza índios, criticou, de forma imprudente, o isolamento na pandemia e violou recomendações da OMS, nativos da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, no Acre, ainda não registraram sequer um caso de infecção pela doença, após adotar o distanciamento social. Também reforçaram a produção agrícola

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247 - O povo Ashaninka da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, na cidade de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, decidiu pelo isolamento rígido contra o coronavírus e, em um País com o terceiro maior número de infectados (7,2 milhões), eles não registram infectados pela pandemia. Não recebem visitas de pessoas de fora e as mercadorias são higienizadas antes de entrar na aldeia. As saídas só acontecem em casos de extrema necessidade. Os nativos também reforçaram a produção agrícola e uso de remédios da floresta. São mais de mil Ashanikas que seguem um isolamento social criterioso para não ter contato com a doença.
As coordenações dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Alto Rio Juruá e Purus (Dsei) confirmaram que os moradores da Terra Indígena Kampa são os únicos sem casos de coronavírus no Acre, de acordo com informações publicadas pelo portal G1.
Segundo a Comissão Pró-Índio (CPI-Acre), a pandemia atingiu mais de 2 mil indígenas, sendo 27 mortes pelo vírus. Treze povos indígenas foram infectados nos municípios do estado.
"Estamos trabalhando muito para isso, mas essa é uma situação que qualquer descuido chega na comunidade", disse o líder indígena Francisco Piyãko. "Não é uma coisa que passou, principalmente agora que vemos que tem um crescimento muito grande e temos que ficar em alerta. Até agora, vamos completar um ano, não tivemos nenhum caso confirmado na comunidade", complementou.
O Brasil ocupa o terceiro no ranking global de casos de coronavírus (7,2 milhões), atrás de Índia (10 milhões) e Estados Unidos (18,5 milhões). A plataforma Worldometers também contabiliza a segunda maior quantidade de mortes (187 mil), atrás dos EUA (328 mil).
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