Educação financeira para recém-casados

Com um bom planejamento, jovens casais podem concretizar metas e realizar sonhos antes da chegada dos filhos. A frmula poupar e investir com inteligncia, organizao e harmonia



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Luciane Macedo _247 - Para muitos casais, a vida a dois começa a partir do "sim" na cerimônia religiosa. Para outros, o compromisso se firma quando decidem morar juntos. Em qualquer dos casos, poucos casais, segundo todas as pesquisas, têm como preocupação inicial o planejamento financeiro da nova condição de vida. O primeiro ponto a fixar é: quanto mais cedo esse planejamento começar, melhor. Não está errado dizer que, ao lado do amor, colocar esta questão como central no casamento chega a ser imprescindível para a felicidade futura. Para que tudo dê certo na prática, é fundamental manter a vida financeira em comum organizada e, mais que isso, saber como multiplicar os recursos a partir de bons investimentos em conjunto.

Fazer perguntas objetivas é um ótimo início de planejamento para os que acabam de casar e para aqueles que, com alguns anos de vida em comum, ainda estão em busca de seu plano financeiro ideal.

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Conta conjunta: ter ou não ter?

Depende. Uma conta corrente conjunta pode ser, no mais das vezes, um ponto de discordâncias. Afinal, é dali que saem os pagamentos do dia-a-dia, e nem sempre é possível um avisar ao outro sobre o que gastou. Assim, à medida em que, com o passar do mês, o saldo for diminuindo, a sensação será de perdas e descontrole. É preciso muita organização para controlar as baixas.

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No entanto, uma conta conjunta de investimentos é um ótimo caminho para um futuro financeiramente confortável. Para que funcione da melhor maneira, ela deve receber aplicações dos dois cônjuges. Vale combinar um mesmo percentual para cada um, algo entre 3% e 5% dos vencimentos, ou uma fórmula pela qual o que ganha mais, poupa e investe mais.

É nesta conta, compartilhada e monitorada pelos dois, que as economias serão multiplicadas com o tempo. O casal poderá usufruir dos rendimentos no curto, médio e longo prazos. Trata-se de uma reserva que pode se materializar na compra de um carro, de uma viagem, de uma casa. O objetivo deve ser definido, mas, é claro, pode ser ajustado conforme a vida a dois for avançando.

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Morar em casa própria ou de aluguel?

Quem casa, quer casa, diz o velho e bom ditado. Mas, hoje em dia, a pergunta que se coloca é como atingir este objetivo: pelo imóvel próprio ou alugado? Não se trata, como pode parecer, de uma pergunta de resposta fácil. Afinal, na mesma medida em que os financiamentos para imóveis estão mais facilitados, os juros igualmente subiram.

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O mais certo é fazer contas detalhadas em torno da relação ganhos versus prestação. Caso ela pareça desconfortável, não será derrota nenhuma iniciar a vida pelo aluguel. Neste caso, a regra é a de que o valor a ser pago seja inferior a 1% do preço final da residência. Tudo o que ficar abaixo disso, dizem os especialistas, é um bom negócio para quem aluga.

A diferença entre os gastos com a locação e o que iria para a prestação deve ser poupada de modo a acumular capital para a compra ao longo do tempo. Uma maneira de fazer esta poupança é por meio de um consórcio. "Na Caixa, o juro é zero", diz o diretor da Caixa Consórcios, Antônio Limone. "Nossa taxa de administração é a menor do mercado". Mas é importante, ressalta Limone, que "o casal busque um financiamento compatível com a sua renda". Isso significa definir um valor a ser poupado que implique em mensalidades que não apertem demais o orçamento da nova família, algo que varie entre 5% e 10% do que se ganha.

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Comprar carro zero, seminovo ou ficar no transporte público?

O automóvel, zero ou seminovo, pode ser financiado, hoje, em até 70 meses. A condição, porém, é a de juros mais altos à medida em que o prazo fica mais longo. Se o casal tiver capital em mãos e puder comprar à vista, beneficiando-se de descontos e promoções, pode ser um grande negócio.

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Vale lembrar, porém, que as aquisições de automóveis carregam despesas embutidas como impostos, taxas e toda a manutenção. O zero quilômetro, como se diz, não dá dor de cabeça, mas o seminovo é sempre um risco de custos inesperados.

Para quem mora perto do trabalho, pode valer mais a pena abrir mão desta despesa, utilizar o transporte público e guardar a diferença. Tudo vai depender do ânimo poupador da dupla apaixonada.

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Como organizar as despesas, manter as contas em dia e ainda economizar?

Esta é outra questão de difícil equação. O melhor é fazer uma lista ou planilha que inclua a renda total líquida do casal, as despesas mensais e quanto vai sobrar para ser poupado. Alguns exemplos de despesas a serem incluídas: aluguel (e condomínio, se houver), parcela de financiamento ou consórcio do imóvel novo, plano de saúde, celular, internet, TV por assinatura, supermercado, água e luz, carro (financiamento, seguro ou ambos), combustível e outras despesas. Este último item deve incluir o lazer do casal, com idas a restaurantes, cinema, teatro, além de outros passeios e compras. E nunca é demais repetir: rédea curta com o cartão de crédito. Nunca deixe que as despesas extrapolem seus gastos planejados ou o limite do cartão.

Ao ter uma noção clara das despesas, o casal poderá subtraí-las da renda total para ver quanto poderá poupar por mês ou, caso não tenha sobrado nada, refazer o planejamento e aparar arestas. Uma dica importante é manter um orçamento fechado para cada tipo de gasto e não deixar que eles flutuem ao sabor dos ventos. Assim, o casal pode se planejar com todas as despesas e manter as finanças em dia. Fazer uma revisão mensal para não perder o controle da situação também é importante.

Como investir o que se conseguiu poupar?

Antes de decidir como investir as economias de cada mês, é fundamental que os dois conversem antes e falem sobre seus planos, pessoais e familiares, a curto e longo prazos. A partir daí, o casal poderá fixar uma meta financeira realista e fazer investimentos que conduzam a essa meta de maneira planejada e segura. Na hora de investir, contar com o suporte de um especialista é tão importante quanto controlar o orçamento e os gastos. "O ideal é ter uma carteira diversificada com bons ativos que estejam alinhados ao perfil e horizonte de investimentos do casal", diz Flávio Hernandez, sócio da Lumina Partners. "No longo prazo, estas escolhas iniciais podem gerar uma grande diferença na rentabilidade, risco e disponibilidade do dinheiro", assinala o especialista em aconselhamento patrimonial.

Qual o melhor investimento e quando se começa a colher os resultados?

Ninguém precisa investir uma pequena fortuna para começar a colher os resultados logo. O segredo é a tenacidade e o foco, ter de forma clara o compromisso com a meta financeira. "Somente assim o casal conseguirá se controlar e poupar", comenta Hernandez.

A Lumina Partners fez uma simulação de investimento para um casal hipotético com renda mensal líquida de R$ 8 mil e que teria R$ 1.450,00 de sobra para investir todo mês. Foram simuladas duas aplicações: uma com rendimento líquido mensal de 0,60% e outra de 0,80%. Veja quais seriam os rendimentos em três diferentes cenários: curto, médio e longo prazos.

É recomendável que os casais procurem profissionais credenciados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na hora de investir. Outro aspecto importante a considerar e que não pode ser incluso na simulação é o impacto da tributação na hora de resgatar os rendimentos. Os tributos serão diferentes conforme o tipo de investimento e prazos. Por isso, não se esqueçam de perguntar sobre os tributos antes de montar o seu plano de investimentos.

Como se vê, se o casal começar a investir ainda jovem, é possível concretizar metas financeiras, preparar-se para a chegada dos filhos e realizar sonhos. Sem grandes agruras e com muita harmonia.

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