Dez dias para a primeira grande batalha da Copa
Braslia, liderada pelo governador Agnelo Queiroz, e So Paulo, que tem Lula como padrinho, saem na frente para sediar o primeiro jogo da Copa de 2014; Man Garrincha, no DF, tem as obras mais avanadas
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Evam Sena_247, em Brasília – O Comitê Executivo da FIFA, depois de se reunir nos dias 20 e 21 em Zurique, vai divulgar o calendário de jogos da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014 e a cidade que sediará a abertura da Copa. Se depender da velocidade das obras nas arenas e as condições de mobilidade, o Estádio Nacional, em Brasília, será o palco do primeiro jogo do campeonato.
Quatro cidades disputam oficialmente a abertura da Copa: Brasília, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Salvador é a cidade que larga mais atrás, pois o estádio Fonte Nova não tem capacidade para 60 mil pessoas, exigência da FIFA para abertura. O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou que se houver sinalização da federação internacional, vai mandar ampliar a arena.
Em Belo Horizonte, as obras do Mineirão estão atrasadas e correm o risco de não serem concluídas até dezembro de 2012. Funcionários que trabalham na reforma já entraram em greve duas vezes por melhores salários e condições de trabalho.
Se para a FIFA o mais importante são as arenas, Brasília sai na frente, pois já tem 40% do Estádio Nacional concluído. De acordo com o Comitê Organizador Brasília 2014, a fase mais demorada, de escavação e fundação, já foi concluída. São 3.000 trabalhadores no canteiro de obras em Brasília, enquanto no Mineirão, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte,eram 1000 há um mês.
O fato de Brasília ser a capital do país pode contar como ponto positivo na hora da escolha da cidade-sede da abertura, por sua centralidade. Cerca de 70% dos vôos nacionais já fazem escala em Brasília, e a cidade abriga as embaixadas internacionais, o que propicia a vinda de autoridades para a abertura.
Conta a favor da capital a proximidade entre os setores hoteleiros e o estádio, o que possibilita os turistas de irem andando para o evento e diminui os investimentos em mobilidade urbana. “Somos a única cidade capaz de realizar uma Copa do Mundo num raio de pouco mais de dez quilômetros”, defende o senador Rodrigo Rollemberg. O principal gargalo de infraestrutura em Brasília, no entanto, é a capacidade hoteleira. O governador do DF, Agnello Queiroz, briga com a Justiça e a Terracap para expandir o setor hoteleiro de Brasília.
A favor de São Paulo como sede da abertura da Copa, há um fator que pode ser determinante: Ricardo Teixeira. O presidente do Comitê Organizador Local (COL) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), é próximo do presidente do Corinthians, Andrés Sanches, e com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu tirar o estádio do Morumbi da disputa e tirar do zero um novo estádio, em Itaquera.
Teixeira manifestou a deputados da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, em julho, preferência por São Paulo, a depender do andamento das obras. É aí que esbarra a candidatura de São Paulo para abrir a Copa. Previstas para serem iniciadas em janeiro,as obras do Itaquerão só deslancharam depois de março, após discordâncias sobre orçamento entre o Corinthians e a construtora Odebretch e sobre financiamento entre os governos nacional, estadual e municipal.
Cerca de 12% do total das obras já foi concluído, não passando ainda da fase de terraplanagem. O estádio está previsto para ficar pronto somente em fevereiro de 2014. Apesar da proximidade do estádio da estação de metrô, menos de 800 metros, a linha metroviária que dá acesso à futura arena já opera com 12,5% acima de sua capacidade em horário de pico. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, prometeu diminuir o intervalo entre dois trens de 90 para 82 segundos, ampliando a capacidade da linha em até 25%.
Apesar de já haver saturação em hotéis de São Paulo durante grandes eventos, o presidente da Comissão de Desporto da Câmara, Jonas Donizette (PSB-SP), afirma que nenhuma outra cidade tem melhor estrutura hoteleira. “A cidade tem a maior rede hoteleira do Brasil, mais que o Rio de Janeiro, que vai sediar a final”, disse o deputado.
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