De olho nas small caps
Nem tudo se limita s blue chips no mercado de aes, mas especialistas advertem que investir nas menores companhias exige mais cuidado
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Luciane Macedo _247 - Small caps: por definição, segundo o dicionário de finanças da BM&FBovespa, são ações de empresas com menor capitalização. Elas compõem o índice SMLL da Bolsa de Valores, são selecionadas por sua liquidez e ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Muitos investidores ignoram as small caps, por considerarem a liquidez das grandes empresas uma prerrogativa de investimento no mercado de renda variável. Mas, para outros, nem tudo se limita às blue chips, e investir nas ações negociadas no índice SMLL é apostar no crescimento das empresas menores e no lucro em longo prazo. As small caps são, historicamente, mais voláteis que as ações das grandes. Portanto, é um tipo de investimento que requer mais cuidado, ainda mais quando os mercados de risco estão sob o impacto de uma crise internacional.
"É um nicho de investimento que demanda um aprofundamento maior do investidor", diz Ricardo Schneider, da corretora BanifInvest. "É preciso conhecer bem a empresa e o segmento antes de investir, assim como economia como um todo". Segundo Schneider, conhecer bem esses fundamentos e observar como a empresa se comunica com o investidor são ferramentas essenciais para operar com as small caps, evitando, assim, decisões impulsivas e afastando a ilusão de enriquecimento fácil em curto prazo.
"As small caps têm uma dinâmica própria de investimento", assinala Schneider. "Saber quais são as perspectivas de crescimento da empresa é uma informação importante para o investidor acompanhar, para que ele possa avaliar o tempo de maturação do investimento". Setores da economia que estão mais protegidos da crise internacional, como os de consumo interno e construção civil, podem render bons negócios, no geral, e também em small caps, segundo Schneider. Mas ele adverte contra generalizações. "É preciso que a empresa tenha uma possibilidade atraente de valorização no futuro", assinala Schneider. "O investidor aposta que a small cap tende a concretizar essa valorização prevista".
O acompanhamento criterioso dos fundamentos também vai ajudar o investidor a fazer uma distribuição razoável de small caps na carteira e evitar que ele se posicione muito fortemente nesses papéis. Dosar criteriosamente o investimento pode afastar a possibilidade de grandes perdas caso haja uma valorização estratosférica da small cap seguida de uma forte queda, como foi o caso da Mundial, em julho deste ano, que valorizou mais de 1000% em pouco mais de três meses, mas acumulou perdas superiores a 80% em apenas três dias.
Para Eduardo Collor, analista técnico da BanifInvest, o momento atual de alta volatilidade no mercado de renda variável requer especial atenção do investidor em small caps. Mas não pelo fator liquidez das empresas menores ou qualquer outra peculiaridade, e, sim, porque uma crise afeta o mercado como um todo. "As small caps têm, hoje, a mesma volatilidade de muitos papéis de bancos ou grandes empresas", comenta o analista.
Segundo Collor, a melhor estratégia, especialmente na crise, é conhecer os fundamentos da empresa, para avaliar em quais investir, e combinar esse conhecimento às ferramentas da análise técnica para saber como se posicionar no mercado, entrando e saido das operações. "O bom fundamento separa o joio do trigo, mas a análise técnica vai indicar quando comprar e vender", explica Collor, assinalando que, no curto prazo, e com a crise internacional, o mercado cria e tira oportunidades de forma equânime. "Em época de guerra, a bala que mata o grande mata o pequeno também", adverte o analista.
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