A triste imagem de um mito
Voc conhece o homem dessa foto? No? Pois trata-se de Muhammad Ali, um dos maiores nomes da histria do boxe
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Por Joaquim Castanheira - Olhar alienado, os braços caídos, o rosto sem expressão. Irreconhecível, aos 69 anos, Muhammad Ali, o maior peso-pesado que a história conheceu, reapareceu neste sábado em um resort de Phoenix, Arizona, durante o Muhammad Ali's Celebrity Fight Night XVII. Nos últimos 16 anos, o evento arrecadou cerca de US$ 65 milhões. Boa parte dessa dinheirama tem como destino o instituto criado por Ali, ligado ao Barrow Neurological Institute, para o estudo e pesquisa sobre a Mal de Parkinson – justamente a doença que lançou Ali ao estado catatônico em que aparece em suas fotos. O que mais choca é a comparação deste Ali com as imagens do tempo em que transformava cada luta em um espetáculo de talento, agilidade e provocação.
Ali, cujo nome de origem é Cassius Clay, foi, antes de tudo, um revolucionário, tanto na técnica do boxe, como no comportamento. Provocava seus adversários constantemente. Desafiava qualquer autoridade. Nunca aceitou a discriminação ou restrições religiosas. Suas entrevistas eram uma sequência irresistível de frases inteligentes e polêmicas. Dentro do ringue, não lutava. Dançava. Sua constante movimentação o tornava um alvo quase inatingível para os golpes dos adversários. Qualquer pugilista, por mais habilidoso que fosse, terminava estafado depois de persegui-lo ao redor do ringue e se tornava presa fácil de seus socos diretos e certeiros. Uma frase sintetizava seu estilo: “voa como uma borboleta, pica como uma abelha.”
Ali foi campeão do mundo por duas vezes. Sua notoriedade não se restringiu aos ringues. Converteu-se ao islamismo e se recusou a lutar na Guerra do Vietnã. Por conta disso, tiraram-lhe a licença de lutar. Justificou-se utilizando uma de suas frases clássicas: "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?", disse ele. Nunca abriu mão de suas convicções. Mesmo depois de abandonar o boxe, manteve a atitude altiva e as opiniões contundentes. Só encontrou realmente um adversário que o nocauteou: o Mal de Parkinson. Mas nem mesmo a doença que lhe roubou o brilho dos olhos será capaz de derrubar as lembranças e os feitos de Muhammad Ali.
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