A disputa dos Joões agora está restrita aos bastidores
Afeitos aos recados pelos jornais, Joo Paulo e Joo da Costa, agora, se digladiam nos bastidores petistas; Ambos entenderam que o momento de costurar o fortalecimento de seus nomes sem a famosa disputa aberta
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Gilberto Prazeres_247 - Durante os últimos três anos, o recifense praticamente se acostumou a assistir aos incontáveis embates públicos entre os dois mais ilustres Joões da cidade. Por mais que tentassem, o prefeito João da Costa (PT) e o deputado federal João Paulo (PT) não conseguiram segurar o ímpeto de, vez por outra, lançar comentários contundentes contra o desafeto. Contudo, com a aproximação do período eleitoral, os dois ex-amigos mudaram a estratégia. Um evita comentar publicamente sobre o outro. O duelo entre eles passou a ser unicamente nos bastidores. Ambos se articulam para, no momento propício, apresentar um caminho capaz de anular completamente as pretensões do, hoje, adversário.
Enquanto o prefeito João da Costa tenta se cacifar para - apoiado no discurso de continuidade de projeto político - garantir o seu desejo de disputar a reeleição, no próximo pleito, João Paulo vai aos poucos trabalhando para pavimentar uma situação que o coloque como a melhor opção do PT e da coligação comandada pelo governador Eduardo Campos (PSB), a Frente Popular de Pernambuco.
No primeiro round, João Paulo parece ter levado a melhor. A antiga possibilidade de o parlamentar deixar o PT e disputar a Prefeitura do Recife por uma outra legenda chamou as atenções das principais lideranças do partido para ele. Enquanto o ex-prefeito (ele governou a cidade de 2001 a 2008) sinalizava que poderia migrar para o PV ou para o PCdoB, seus correligionários empunhavam a bandeira de que o "companheiro" tinha a cara petista, costurando encontros que pudessem demovê-lo dessa ideia. E o fizeram. João Paulo se encontrou, primeiro, com o ex-presidente Lula e, na sequência, com a presidente Dilma Rousseff. O resultado? Ele saiu mais fortalecido.
Mais que o apelo por sua permanência, os encontros com as duas figuras mais expressivas do partido garantiram um espaço privilegiado dentro do partido para o deputado. Atualmente, João Paulo integra, junto com mais 12 integrantes de todo o país, a Comissão de Acompanhamento Eleitoral do PT. O colegiado tem a missão de analisar a situação política de cada município que a legenda pretende lançar candidato majoritário, verificar as condições reais de sucesso nas urnas para a sigla e, principalmente, de traçar as estratégias que serão adotadas pelo partido.
Curiosamente, João Paulo foi indicado - pela Executiva nacional do partido - como um dos nomes da comissão que cuidarão diretamente das estratégias petistas no Nordeste. O que, mais cedo ou mais tarde, obrigaria o prefeito João da Costa a tratar com o parlamentar.
Para não ficar refém dessa situação, o prefeito tenta, de forma reservada, conquistar a simpatia dos principais dirigentes petistas. Em praticamente todas as oportunidades que vai a Brasília para tratar de questões da administração recifense, João da Costa tenta encontrar espaços na agenda para encontros, como por exemplo, com o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Ele tem, de certa forma, conseguido, porém o resultado disso ainda é incerto.
Em 2008, João Paulo bancou sozinho a candidatura do seu então secretário João da Costa, defendendo-a, inclusive, junto ao ex-presidente Lula. Na época, nomes como o do atual senador Humberto Costa e do deputado federal licenciado Maurício Rands eram os mais cotados para a disputa pelo comando do Executivo recifense.
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