A crise de falta de pilotos que é 'maior ameaça à aviação desde o 11 de Setembro'
Após dois anos de pandemia, o número de voos ao redor do mundo voltou a disparar neste verão do hemisfério norte
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247 - Após dois anos de pandemia, o número de voos ao redor do mundo voltou a disparar neste verão do hemisfério norte: milhões de pessoas fizeram as malas e foram a aeroportos em busca de novos destinos, reencontros e aventuras. A reportagem é do portal BBC.
As companhias aéreas, um dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19 com milhares de voos cancelados, aviões sem passageiros e demissões em massa, voltaram a recuperar espaço neste ano. Algumas até reportaram os seus primeiros lucros desde 2019.
No entanto, uma nova crise estava à vista. Com a chegada do verão no hemisfério norte, a oferta de voos pelas companhias caiu abaixo da demanda e muitas empresas tiveram que cancelar viagens, milhares de passageiros ficaram retidos nos aeroportos por dias e alguns até não conseguiram receber sua bagagem por algumas semanas.
O setor também enfrenta uma crise de pessoal significativa, o que levou alguns aeroportos do mundo, como o de Heathrow, em Londres, a pedir às empresas que reduzam seus voos por não conseguirem dar conta do número de passageiros.
Em vários aeroportos há falta de funcionários, aviões com poucos tripulantes e acúmulo recorde de malas e bagagem – boa parte das empresas aéreas também viu o número de pilotos diminuir consideravelmente, o que fez aumentar o número de voos cancelados.
Para muitos analistas e executivos, esses problemas são o maior desafio para o setor.
"A falta de pilotos é a maior ameaça à indústria que vi desde os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos", disse Jonathan Ornstein, CEO do Mesa Air Group, ao Congresso dos EUA.
Embora a falta de pilotos tenha afetado a indústria em todo o mundo, os Estados Unidos sentiram o problema de maneira mais intensa. As principais companhias aéreas anunciaram planos para contratar entre 12 mil e 13 mil comandantes neste ano e em 2023 - e cerca de 8.000 em 2024.
Algumas companhias até tiveram que diminuir ou modificar seus requisitos ou procurar pilotos em outros países: a Frontier Airlines está contratando na Austrália, a Delta Air Lines eliminou parte de sua exigência de contratar comandantes de voo e outras, como a American Airlines, começaram a usar ônibus para viagens anteriormente feitas de avião.]
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