Por falta de incentivo, pugilista diz que não levaria bandeira do Brasil se ganhasse medalha

Adriana Araújo contou já ter cogitado vender sua medalha de bronze - conquistada em Londres-2012 - para poder pagar suas contas

Adriana Araújo
Adriana Araújo (Foto: Reuters)


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247 - A pugilista Adriana Araújo, durante entrevista ao UOL, falou da falta de incentivo ao esporte no Brasil e revelou sua mágoa com o país. Ela disse que se ganhasse uma medalha olímpica hoje, não carregaria consigo a bandeira brasileira. 

"Essa é a realidade, infelizmente a gente vive no Brasil, é algo que estava dentro de mim. Se eu estivesse nas Olimpíadas hoje e eu fosse campeã, fosse medalhista novamente, eu não colocava a bandeira do Brasil no meu corpo. Não colocaria, infelizmente, porque é triste, é inadmissível, de que adianta você ser medalhista olímpica dentro de um país onde você não tem um incentivo", desabafou. "Você não tem um apoio, infelizmente, esses patrocinadores aproveitadores, que é o que eu acho. Patrocinam as Olimpíadas? Mentira, cara, se você pegar um ano apenas e investir no atleta um ano e dizer que é patrocinador do atleta? Mentira, patrocinador é aquele que está ali lado a lado, desde o momento mais difícil até o momento bom da vida do atleta", completou.

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Adriana contou que já cogitou vender sua medalha de bronze - conquistada em Londres-2012 - para poder pagar as contas. "Vou ser bem sincera, isso aqui (medalha de bronze) já me deu vontade de vender. Qualquer valor que viesse para pagar minhas contas, eu tenho já há alguns meses que estou sem trabalhar, estou dando aula, alguns meses sem ter dinheiro em mãos e já me deu vontade de vender isso aqui, cara. Eu preciso pagar contas, preciso sobreviver e aí? É a realidade, esse é um dos motivos que hoje se eu estivesse nas Olimpíadas, não botava a camisa do Brasil. Para quê? Eu sou brasileira para quê? Se amanhã, para mim, o boxe acabasse, eu sou uma pessoa totalmente realizada porque sei de onde vim, sei o que eu passei, sei o que eu superei para conquistar isso aqui".

A atleta relatou também já ter trabalhado como motorista de aplicativo por necessidade. "Em 2017 eu fiquei oito meses trabalhando no Uber. Teve uma situação, um rapaz que eu não ia pegar, porque estava em outro bairro, ia demorar um pouquinho, mais ou menos uns 10 minutos para chegar até ele e aí eu vi que ele deixou, não cancelou, vou lá pegar ele. Quando ele entrou dentro do carro, ele falou 'cara, eu só não cancelei porque eu vi a foto e eu queria ter certeza se era você', e aí quando entrou ele pediu para tirar foto".

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