Detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo, Globo quer que Lula vista camisa da Seleção Brasileira
Editorial do grupo equipara camisa da equipe de futebol a símbolo nacinal e sugere que Lula o resgate do bolsonarismo
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247 - Em editorial publicado neste domingo (06), o jornal O Globo diz que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria vestir a camisa da Seleção Brasileira, para continuar no movimento de resgate dos símbolos nacionais.
A camisa da Seleção, como se sabe, é um produto da Nike e o grupo Globo detém os direitos de transmissão da Copa do Mundo no Brasil.
“Lula deveria vestir a camisa da seleção — como todos nós”, é o título do editorial. O jornal afirma que nada seria tão eficaz para resgatar o “símbolo que foi sequestrado pelo bolsonarismo”.
“Tendo à frente a bandeira nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou seu primeiro discurso como presidente eleito para tentar resgatar um símbolo sequestrado pelo adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). ‘É preciso trazer de volta a alegria de sermos brasileiros e o orgulho do verde-amarelo e da bandeira do nosso país’, disse. ‘Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro’.
O uso da camisa da CBF para manifestações políticas começou nos protestos pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). O bolsonarismo, se aproveitando dessa onda, assumiu o símbolo como se representasse seu espectro político de extrema-direita. Bolsonaro chegou a pedir, nas eleições de 2022, que seus eleitores fossem para às urnas vestindo verde-amarelo.
“Nos últimos quatro anos, a bandeira do Brasil e a camisa ‘canarinho’ da única seleção pentacampeã do mundo passaram a ser uma espécie de uniforme dos apoiadores de Bolsonaro”, diz o jornal O Globo no seu editorial.
“A própria seleção, que não tem dono nem partido, ficou com a imagem associada a Bolsonaro, que sempre tentou pegar carona na fama do escrete. Em 2019, quando o Brasil venceu a Copa América, ele deu um jeito de se enfiar na foto dos campeões. Neymar, principal craque da equipe, lhe deu apoio e participou da propaganda eleitoral. Em agosto, a cem dias da Copa, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou despolitizar a amarelinha, enfatizando nas peças publicitárias que ela ‘representa mais de 210 milhões de brasileiros’. A intenção é que não ficasse associada a um campo político. Mas não é improvável que Bolsonaro tente tirar uma casquinha se o time se sagrar campeão no Catar. Pelo sim pelo não, o técnico Tite já avisou que, ganhando ou perdendo, não irá a Brasília”, acrescenta o editorial.
“A camisa é da seleção, e a bandeira é do Brasil — não dos bolsonaristas. Todo brasileiro tem não só o direito de usá-las, mas o dever de orgulhar-se delas. É preciso dissociá-las do bolsonarismo e de qualquer facção política. Lula aprendeu, no primeiro mandato, que deveria usar na lapela o broche da bandeira, não a estrela petista. Pois agora, aproveitando o clima de Copa, precisa vestir a camisa do Brasil. Nada seria tão eficaz para resgatar os símbolos nacionais quanto vê-los envergados por Lula e por todos os demais brasileiros. A bandeira do Brasil e a gloriosa camisa amarela não pertencem a Bolsonaro, mas a todos nós”, finaliza.
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