Detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo, Globo quer que Lula vista camisa da Seleção Brasileira

Editorial do grupo equipara camisa da equipe de futebol a símbolo nacinal e sugere que Lula o resgate do bolsonarismo

Dani Alves presenteia governador da Bahia, Rui Costa, com camisa 13 do Brasil (2019)
Dani Alves presenteia governador da Bahia, Rui Costa, com camisa 13 do Brasil (2019) (Foto: Reprodução / TV Globo)


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247 - Em editorial publicado neste domingo (06), o jornal O Globo diz que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria vestir a camisa da Seleção Brasileira, para continuar no movimento de resgate dos símbolos nacionais.

A camisa da Seleção, como se sabe, é um produto da Nike e o grupo Globo detém os direitos de transmissão da Copa do Mundo no Brasil.

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“Lula deveria vestir a camisa da seleção — como todos nós”, é o título do editorial. O jornal afirma que nada seria tão eficaz para resgatar o “símbolo que foi sequestrado pelo bolsonarismo”.

“Tendo à frente a bandeira nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou seu primeiro discurso como presidente eleito para tentar resgatar um símbolo sequestrado pelo adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). ‘É preciso trazer de volta a alegria de sermos brasileiros e o orgulho do verde-amarelo e da bandeira do nosso país’, disse. ‘Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro’.

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O uso da camisa da CBF para manifestações políticas começou nos protestos pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). O bolsonarismo, se aproveitando dessa onda, assumiu o símbolo como se representasse seu espectro político de extrema-direita. Bolsonaro chegou a pedir, nas eleições de 2022, que seus eleitores fossem para às urnas vestindo verde-amarelo.

“Nos últimos quatro anos, a bandeira do Brasil e a camisa ‘canarinho’ da única seleção pentacampeã do mundo passaram a ser uma espécie de uniforme dos apoiadores de Bolsonaro”, diz o jornal O Globo no seu editorial.

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“A própria seleção, que não tem dono nem partido, ficou com a imagem associada a Bolsonaro, que sempre tentou pegar carona na fama do escrete. Em 2019, quando o Brasil venceu a Copa América, ele deu um jeito de se enfiar na foto dos campeões. Neymar, principal craque da equipe, lhe deu apoio e participou da propaganda eleitoral. Em agosto, a cem dias da Copa, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou despolitizar a amarelinha, enfatizando nas peças publicitárias que ela ‘representa mais de 210 milhões de brasileiros’. A intenção é que não ficasse associada a um campo político. Mas não é improvável que Bolsonaro tente tirar uma casquinha se o time se sagrar campeão no Catar. Pelo sim pelo não, o técnico Tite já avisou que, ganhando ou perdendo, não irá a Brasília”, acrescenta o editorial.

“A camisa é da seleção, e a bandeira é do Brasil — não dos bolsonaristas. Todo brasileiro tem não só o direito de usá-las, mas o dever de orgulhar-se delas. É preciso dissociá-las do bolsonarismo e de qualquer facção política. Lula aprendeu, no primeiro mandato, que deveria usar na lapela o broche da bandeira, não a estrela petista. Pois agora, aproveitando o clima de Copa, precisa vestir a camisa do Brasil. Nada seria tão eficaz para resgatar os símbolos nacionais quanto vê-los envergados por Lula e por todos os demais brasileiros. A bandeira do Brasil e a gloriosa camisa amarela não pertencem a Bolsonaro, mas a todos nós”, finaliza.

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