Bolsonaro se encontra com presidente do Botafogo e gera reações: "atentado à memória de Mané Garrincha"

Mané Garrincha e Elza Soares foram perseguidos pela ditadura militar, defendida por Jair Bolsonaro

(Foto: Reprodução)


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247 - Após a sanção da lei, com vetos, que estabelece regras para transformação de clubes de futebol em empresas, o presidente do Botafogo, Durcésio Mello, se reuniu com Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, 11, para agradecer o “apoio incondicional” ao projeto.

“Estou muito honrado e feliz em poder ter colaborado com uma lei que vai ajudar a mexer com o futebol de todo o Brasil. O Botafogo é um time que está no coração de todos nós, em especial dos mais idosos, que acompanharam os bons tempos do nosso Botafogo, que fornecia craques para a Seleção. É um trabalho de muita gente, fico feliz de poder servir. Se Deus quiser o Botafogo vai ter bons momentos pela frente na primeira divisão, que é o lugar dele”, disse Bolsonaro.

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Já a direção do Botafogo reforçou que a "futura sanção do projeto na íntegra seria fundamental não somente pelo aspecto da segurança jurídica como também da captação de recursos". Recentemente, o Conselho Deliberativo do Botafogo aprovou o projeto de transformação do clube em empresa.

Durcésio entregou materiais esportivos do Botafogo e um quadro de Mané Garrincha em um fundo verde e amarelo com a seguinte dedicatória: 

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“O Botafogo de Futebol e Regatas, na pessoa do maior ídolo da nossa história, Mané Garrincha, o maior driblador do futebol brasileiro, vem homenagear e agradecer ao presidente do Brasil e torcedor botafoguense Jair Bolsonaro seu apoio incondicional ao Marco Legal do clube-empresa, sociedade anônima do futebol. A Estrela Solitária, sempre presente na história das glórias do futebol brasileiro, ressurgirá com mais luz e força, mantendo a chama da paixão que arde no coração dos torcedores. O Botafogo e o futebol brasileiro agradecem por esse legado. Saudações alvinegras”.

Atentado ao legado de Garrincha:

Nas redes sociais, torcedores do Botafogo criticaram o encontro de Durcésio. Segundo um internauta, “o encontro entre o presidente do Botafogo e Jair Bolsonaro não é só uma mancha à imagem do clube. É um atentado à memória de Mané”.

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“Em 1969, Garrincha e Elza Soares precisaram fugir do país após terem a casa metralhada, em um claro aviso da ditadura militar aos dois”, lembrou. Bolsonaro é um grande defensor da ditadura militar.

Antes do ocorrido em 1969, os militares invadiram a casa de Elza e Garrincha no dia 20 de junho de 1964, alguns meses depois do golpe militar. O motivo: a cantora era apoiadora do governo de João Goulart, derrubado pelos militares.

“João foi o apelido dado para todos aqueles que tentaram parar Garrincha em campo e acabaram sendo driblados. Garrincha driblou centenas deles. Contudo, não esperava que precisaria um dia, driblar outros Joãos. Esses, armados e vestindo fardas militares. Garrincha e Elza saíram do povo. Alegravam o povo. Faziam campanha para quem se dizia do povo. Motivo suficiente para a ditadura militar – financiada pela burguesia e pelos Estados Unidos – odiarem esses personagens icônicos da história do Brasil”, lembra reportagem do Pressfut.

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“No final da década de 60, Garrincha partiu com Elza rumo a Itália. Em 1969, precisaram se mudar para Roma. Pouco antes disso, receberam diversas cartas e telefonemas anônimos em tons de ameaça. Entretanto, o estopim foi quando eles tiveram sua casa metralhada pelos militares. No momento do ataque, Elza e Garrincha estavam dentro da residência”, ressalta a reportagem.

“Nossa casa foi metralhada e tivemos 24 horas para deixar o país. Fiquei marcada porque participei de um show do Geraldo Vandré, que era visado por ser um artista de esquerda. Eu morava no Jardim Botânico e brincava com as crianças na rua. Depois, entramos e começamos a ouvir um barulho de tiroteio. Minha casa foi toda baleada. Fiquei completamente apavorada por causa dos filhos, das crianças. Eu tinha um piano na sala e o piano foi aberto no meio”, lembrou Elza Soares.

Outras reações

Já o jornalista botafoguense Matheus Medeiros lembrou que os vetos de Bolsonaro sobre a lei aprovada no Congresso prejudicam o projeto de clube-empresa defendido pela diretoria do Botafogo. 

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“Bolsonaro vetou os principais pontos da lei do clube empresa, inclusive o que garantia aos clubes um regime de tributação parecido com o atual de entidade sem fins lucrativos”, afirmou.

“Durcésio tem outras intenções com esse encontro”, destacou. “Inclusive, pra você que é torcedor do Botafogo. Os vetos do Bolsonaro praticamente acabam com as chances do clube conseguir a S/A”, declarou.

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