Tiago Morbach: campanha progressista precisa falar mais de futuro para jovens

Presidente nacional da União da Juventude Socialista (UJS) diz que universidade deixou de ser perspectiva e que direito de sonhar deve ser resgatado

Tiago Morbach
Tiago Morbach (Foto: Reprodução/Instagram)


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Opera Mundi - Presidente nacional da União da Juventude Socialista (UJS), o jornalista gaúcho Tiago Morbach diz que o sonho de cursar uma universidade deixou de ser uma perspectiva real para a maioria dos jovens brasileiros, e que seu direito de sonhar precisa ser resgatado. No SUB40 desta quinta-feira (15/09), com o diretor de redação de Opera Mundi, Haroldo Ceravolo Sereza, ele defendeu que a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva deve se centrar mais no futuro ao dialogar com a juventude.

Morbach observa que os adolescentes de 16 e 17 anos, que tiraram título de eleitor em número recorde em 2022, não possuem nenhuma memória a respeito dos significados dos governos petistas para o Brasil e acreditam, por exemplo, que o Programa Universidade para Todos (Prouni) sempre existiu. “Precisamos falar mais de futuro, do Brasil que pode ser, que é o que interessa para a juventude, enquanto Bolsonaro se coloca no papel de mobilizador do ódio. Já tivemos pleno emprego e vamos voltar a ter, com valorização do salário mínimo, com acesso à universidade e permanência nela”, propõe. 

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Filho de um motorista de caminhão e de uma dona de casa e ex-operária de fábrica de calçados em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, ele cursou jornalismo por intermédio do Prouni, ao mesmo tempo que dois irmão mais velhos. Essa realidade fica mais distante à medida que avançam a crise econômica, o desemprego e a fome “quando a prioridade máxima é botar comida na mesa, a universidade vai lá para o fim da fila".

Segundo o dirigente, os dois anos de pandemia fragilizaram os vínculos escolares de crianças, adolescentes e jovens, situação desprezada por Jair Bolsonaro, que não apresentou nenhuma política de combate à evasão escolar. “No meio da pandemia, tivemos o Enem menos popular, o mais branco da história. A universidade deixa de ser uma realidade na vida do jovem como era algum tempo atrás".

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Morbach aposta numa vantagem de Lula na tarefa de mobilizar e engajar a juventude: “Bolsonaro pede muito para os pais convencerem seus filhos a não votar no Lula. A verdade é que os filhos são os que têm poder maior de convencer seus pais a votar em alguém”. Os públicos feminino e jovem são os que têm mais rejeitado o presidente em exercício nos últimos quatro anos, afirma. 

Idealizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a UJS aderiu às Jornadas de Junho de 2013, fenômeno social que o dirigente julga contraditório e complexo. Opõe-se a correntes de pensamento que compreendam aquele processo político ou como simplesmente golpista ou, por outro lado, revolucionário: “Conheço muita gente da UJS que despertou para a política e começou a militar a partir de junho de  2013, e conheço gente que ficou preocupada e resolveu não ir às manifestações. Nós resolvemos ir para as manifestações e disputar suas características". 

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Pós-graduado em marketing digital, Morbach avalia que a esquerda demorou a perceber a transformação digital configurada no desenvolvimento das redes sociais, que classifica como uma “assembleia permanente”. Os setores progressistas precisam avançar na compreensão e no domínio de seu funcionamento. “O algoritmo consegue saber mais de nós do que nós mesmos e manipular sentimentos reais das pessoas, de inconformação, injustiça, ódio, rancor, vingança”, constata. 

Atento às redes, Tiago Morbach afirma que existe uma esquerda empenhada em desmentir fake news no TikTok, que, para além do entretenimento e das “dancinhas”, é acima de tudo um espaço de circulação de criatividade.

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