Sofia Manzano: é urgente voltar a colocar a classe trabalhadora em movimento

Para candidata do Partido Comunista Brasileiro, conservadores lançam diversos candidatos para bloquear debate democrático

Sofia Manzano
Sofia Manzano (Foto: Reprodução/Twitter/@SofiaManzanoPCB)


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Opera Mundi - A candidata à Presidência pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Sofia Manzano, apontou nesta segunda-feira (19/09), a Breno Altman no programa 20 MINUTOS, como prioridade máxima para um governo de esquerda no Brasil de 2022 a reorganização da classe trabalhadora. 

Mesmo com o caráter plebiscitário tomado pelo processo eleitoral, Manzano defende a manutenção de mais candidaturas da esquerda revolucionária nas eleições, também como maneira de combater a imposição da pauta conservadora pelos partidos direitistas e a política de conciliação de classes.

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“Temos que aprender com a direita como se faz o jogo político no momento eleitoral, que atualmente é estreito, curto, desigual e antidemocrático”, afirmou, ao mesmo tempo em que denuncia a legislação eleitoral restritiva e a exclusão arbitrária da cobertura das candidaturas de esquerda radical pela mídia hegemônica. 

Economista paulistana estabelecida em Vitória da Conquista, na Bahia, Manzano descreve a acolhida de sua candidatura e das de Léo Pericles, da Unidade Popular (UP), e Vera Lúcia Salgado, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), pela mídia corporativa como um meio no qual as pessoas "ainda podem observar que existem candidaturas desse campo trabalhando e conversando com a população".

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Em sua opinião, o objetivo imediato de colocar a classe trabalhadora em movimento e reorganizá-la neste momento de fragilidade não são mais encampadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que o PCB apoiou nos anos 1990 e nos dois anos do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Manzando critica a frente ampla formada em torno do petista por incluir partidos que foram golpistas ou que apoiam políticas bolsonaristas até a última hora.

“Não estamos dispostos a participar dessa aliança porque entendemos que ela aposta tudo nas eleições e não está apresentando um horizonte imediato de enfrentamento não só de Bolsonaro, mas do bolsonarismo”, argumenta, apontado que um dos "graves problemas" dos governos petistas é que promoveu a "desorganização, o apassivamento e a cooptação da classe trabalhadora, de tal forma que, ao abandonar esse campo de batalha, a extrema direita o ocupou”.

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O argumento de que a derrota da extrema direita seria a meta prioritária em 2022 não demove Manzano, que critica o rumo plebiscitário tomado pela eleição: “o processo plebiscitário é muito mais confortável para a extrema direita, porque aí não se discute programa nem os problemas do país. Esse é o modelo de eleição norte-americana, é isso que nós queremos para o país?”.

Perspectiva revolucionária

Em sua opinião, uma perspectiva revolucionária demandaria, por exemplo, o enfrentamento direto com o agronegócio. “A Rede Globo resolveu mudar sua propaganda, agora coloca que agro é quilombola e não é a destruição da natureza, a monocultura extensiva latifundiária que não gera emprego, não produz comida de verdade e destrói o meio ambiente”, denuncia. 

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Ela sublinha as responsabilidades do setor no crescimento da violência no Brasil: “os grandes defensores da liberação do porte de arma e dos clubes de caça são o agronegócio, e a gente sabe da matança que tem se operado no interior do país, de lideranças indígenas, quilombolas, camponesas e políticas”. A candidata classifica o agro como responsável central por disseminar o ódio contra o PT e toda a esquerda pelo país.

Altman pediu para a candidata listar três diferenças primordiais entre os projetos do PCB e do PT, e Manzano citou a política fiscal, o enfrentamento ao agronegócio e o combate à precarização do trabalho. “Não adianta vir dizer que a estrutura produtiva mudou, que agora é indústria 4.0, que tem que flexibilizar por causa da alta tecnologia. Esse discurso é do século 19, quando a jornada de trabalho era de 16 ou 18 horas.”

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Perguntada sobre quais seriam as três primeiras medidas da presidente Sofia Manzano, a candidata elencou a interrupção de operações compromissadas com o Banco Central (portanto, a independência do BC), o fim da política de preços de importação do petróleo e a reestatização da BR Distribuidora, da Refinaria Landulpho Alves e da Eletrobrás.

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