Renato Janine : "o grande problema desses anos é que a direita foi para a extrema direita"

À TV 247, o ex-ministro defendeu equilíbrio entre esquerda e direita e expressou preocupação em relação aos potenciais sucessores de Bolsonaro: "não possuem esse compromisso"

Renato Janine Ribeiro
Renato Janine Ribeiro (Foto: Paulo Pinto/Agencia PT)


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247 - Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, a direita brasileira precisará encontrar outro nome para disputar as próximas eleições. O ex-ministro Renato Janine afirma que é preciso garantir que os concorrentes estejam comprometidos com a democracia.

À TV 247, ele expressou suas preocupações em relação ao futuro cenário político no Brasil, ressaltando a necessidade de uma direita comprometida com a democracia, o que não ocorreu nos últimos anos. 

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Janine Ribeiro destacou que a manutenção da democracia requer um equilíbrio entre a esquerda e a direita, ambas demonstrando um forte compromisso com os valores democráticos. "Hoje, para a democracia no Brasil vingar e crescer, uma das condições é ter uma direita que esteja comprometida com a democracia. Em primeiro lugar, é evidente que ela não tente dar um golpe após as eleições, como ocorreu em 2014 [quando Aécio Neves pediu recontagem de votos e questionou a segurança das urnas eletrônicas]. Para termos uma democracia, é necessário que exista uma esquerda democrática. Se tivermos apenas a esquerda democrática, o problema para a democracia no Brasil se torna muito complicado. De forma mais abrangente, para manter a democracia, é preciso que as duas forças políticas mais importantes, com maior número de votos, tenham compromisso com a democracia. Se uma delas não tiver, a situação fica muito difícil e, a cada eleição, estaremos temerosos de que surja ao lado uma tendência ditatorial, totalitária e fascista."

Janine também manifestou suas preocupações em relação aos potenciais sucessores de Bolsonaro. "Com a inelegibilidade [de Jair Bolsonaro], a extrema direita provavelmente está perdendo seu nome óbvio, não um grande líder ou notável, mas o nome que surgiu em uma onda que começou em 2018. Então, hoje em dia, isso não significa necessariamente que ele venceria a próxima eleição, pois, com todas as polêmicas que ele causou no ano passado, ele não conseguiu vencer. Portanto, não acredito que ele fosse um grande problema. Ao sair de cena, isso significa que será necessário procurar outra figura na direita, que seja preferencialmente menos autoritária e mais democrática. No entanto, não basta ser menos autoritário ou mais democrático, é realmente necessário ser um nome democrático. Estou preocupado, pois os nomes que estão sendo cogitados têm uma forte semente autoritária embutida neles, como o governador de São Paulo [Tarcísio de Freitas] e o governador de Minas [Romeu Zema], nomes que não possuem esse compromisso".

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