Renato Freitas relata sua luta contra o racismo: “machuca demais”

Em entrevista à TV 247, o vereador relata o racismo vivenciado em diferentes momentos de sua vida, como no xadrez, no cursinho e na Câmara Municipal. Assista

Renato Freitas
Renato Freitas (Foto: Eduardo Matysiak)


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247 - “A minha luta é para honrar as vozes de tantos jovens calados das formas mais violentas”. Mestre em Direito e vereador na cidade de Curitiba pelo Partido dos Trabalhadores, Renato Freitas é o entrevistado do programa Literatura & Pensamento Crítico desta semana na TV 247. 

Durante a conversa com os jornalistas Cesar Calejon e Victor Pino, o parlamentar que corre o risco de perder seu mandato relembrou situações dolorosas da sua trajetória, falou sobre a sua luta contra o racismo estrutural que vigora no Brasil e da tentativa de cassar seu mandato. 

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“Eu passei por muitas coisas. Cresci entre um leprosário e um presídio e, enquanto criança, cometia pequenos delitos. Como comer um lanche e sair correndo sem pagar, coisas assim”, conta.

Ao decidir que queria melhorar a sua própria condição de vida, Freitas foi confrontado com a realidade cruel que assola todos os negros brasileiros e que impede que o Brasil desenvolva plenamente todo o seu potencial como nação: o racismo estrutural. 

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“Eu comecei a jogar xadrez, disputei e venci campeonatos. Mesmo assim, o meu treinador, por vezes, quando perdia para mim, dizia coisas do tipo: ‘joga logo, seu preto burro’. Isso machuca demais. Naquela ocasião, eu não sabia me defender e larguei o xadrez. Voltei a ser empacotador em um supermercado. Um dia, esse treinador me encontrou no mercado, pegou no meu crachá e disse que sabia que eu não iria muito longe”, relembra o parlamentar. 

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Depois desta fase, ele entrou para um cursinho, visando o ensino superior, e novamente sentiu o peso do racismo. “A direção do cursinho me agarrou e disse que estavam sumindo coisas dos outros alunos. Eu escutei uma menina dizer, enquanto eles me levavam para a direção, que era por isso que ela não deixava a bolsa na sala de aula”, recorda.

Ao longo da entrevista, o vereador conta e se emociona com a dor que o racismo causou no xadrez, no cursinho, na sorveteria, durante uma abordagem policial, enfim, de forma estrutural, ao longo de toda a sua vida, até na Câmara Municipal, onde tenta evitar o processo de cassação contra ele sob a acusação de ter invadido uma igreja católica na capital do Paraná.

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